“O Santo Graal dos estádios sustentáveis? Captar e armazenar energia dos adeptos”



Um dia, a tecnologia permitirá captar a energia dos adeptos que torcem pela sua equipa no estádio – ou outro equipamento desportivo – e reaproveitá-la de forma sustentável.

Esta é a opinião de dois arquitectos da Populous, empresa de design pioneira nos conceitos de arquitectura desportiva moderna.

“Captar e armazenar toda a energia dos adeptos seria uma espécie de Santo Graal [dos estádios sustentáveis]”, explicou à CNN Brad Clark, arquitecto da Populous.

“Seria interessante perceber como poderíamos captar a energia de todos os adeptos no estádio e descobrir de que forma cada um deles poderia ser uma espécie de central energética, se é que podemos chamar-lhe assim”, completou Jon Knight, também arquitecto da Populous.

A empresa, responsável por muitos dos mais recentes estádios norte-americanos nos últimos 15 anos, defende que os estádios sustentáveis são cada vez mais bem aceites pelos clubes, apesar do seu preço superior.

“A construção sustentável de estádios cresceu muito nos últimos cinco anos, talvez até um pouco antes. Mas se desenvolvêssemos um projecto de um estádio há 15 ou 20 anos, a sustentabilidade nem sequer seria discutida”, revelou Clark.

“Os proprietários das instalações desportivas já se apercebem que, ao serem inteligentes no design, podem tornar os edifícios menos dispendiosos no longo prazo”, explicou também Jon Knight.

De acordo com a Populous, se os estádios sustentáveis eram entre 4 a 5% mais caros, há cinco anos, tendo em conta o preço considerado normal, hoje em dia esta diferença não passa dos 0,5 ou 1%.

A empresa adianta ainda que, a breve prazo, a construção sustentável de estádios – e outros edifícios – será obrigatória, e não apenas mais uma variável de construção.

Sinal dos tempos, um dos mais carismáticos estádios de baseball norte-americanos, o Fenway Park (a casa dos Boston Red Sox, apelidada de Green Monster) preparou uma reabilitação sustentável, agora que está perto de comemorar os seus 100 anos.

Foram instalados painéis solares no topo do edifício, que ajudarão a aquecer 37% da água utilizada no estádio. É um pequeno passo, é certo, mas representa um grande avanço na mentalidade dos proprietários dos equipamentos desportivos – e dos próprios arquitectos e designers, que passarão a utilizar a sustentabilidade como elo de união entre todas as características do projecto.





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