“Os jovens são os maiores aliados do ambiente”



Encerram hoje as inscrições para o Escola Electrão, um projecto da Amb3E e de várias outras organizações ligadas à educação e ambiente que pretende sensibilizar para a importância do correcto encaminhamento dos Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE).

Mais do que um balanço das três edições anteriores, o director-geral da Amb3E, Fernando Lamy da Fontoura explica, numa entrevista exclusiva ao Green Savers, os objectivos já atingido e perspectiva o futuro do projecto. “Se a terceira edição corresponder à evolução até agora verificada, será muito difícil não continuar a dar sequência a um projecto tão acarinhado pelas autoridades e estabelecimentos de ensino”, afirma o responsável.

Leia a entrevista de Fernando Lamy da Fontoura e deixe o seu comentário no agregador, no Facebook ou no Twitter.

É a terceira edição da Escola Electrão, já quase nos esquecemos por que razão a iniciativa foi lançada. Pode recordar-nos?

Quando preparámos a primeira edição, para o ano lectivo de 2008/2009, o objectivo era, como ainda hoje, sensibilizar a população portuguesa para a necessidade e urgência do correcto encaminhamento e tratamento dos REEE – Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos. Acções anteriores demonstravam que um dos mais eficientes meios para a atingir era focar a atenção nas camadas jovens da nossa sociedade, onde se encontram os maiores aliados do Ambiente.

A primeira edição recolheu 1.100 toneladas de REEE, e a segunda 1.600 toneladas. São números bastante interessantes. O que acontece a estes resíduos?

Todos os REEE recebidos pela Amb3E são encaminhados para Unidades de Tratamento e Valorização, devidamente licenciadas pelo Estado e sujeitas a regras e procedimentos auditados pela Amb3E. Além de garantirem a utilização das melhores técnicas disponíveis, estas regras valorizam a maior percentagem possível de materiais, reintroduzindo a maior parte na indústria como matérias-primas.

Terão, certamente, a expectativa de melhorar os números de participação e a recolha de 2009 e 2010. Mas têm alguma previsão mais específica sobre números para esta terceira edição?

O projecto e concurso Escola Electrão é uma acção de sensibilização, pelo que a adesão de estabelecimentos de ensino é fundamental para garantir os objectivos pretendidos. Porém, o êxito e visibilidade que obteve nas duas primeiras edições, ultrapassando todas as previsões, colocam alguns problemas logísticos, pois transformou-se também numa acção de recolha de REEE. Esperamos que a participação continue a ser cada vez maior, e que mais uma vez sejamos surpreendidos pelas quantidades recolhidas, que serão a prova do respectivo sucesso.

O que têm feito, na prática, para procurar mais escolas aderentes?

Absolutamente nada! A valiosa colaboração da direcção-geral da Inovação e do Desenvolvimento Curricular, do Ministério da Educação, da Agência Portuguesa do Ambiente e do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território e a visibilidade que as anteriores edições têm tido fazem com que cada vez mais escolas queiram participar.

Em termos de recolha de REEE, conseguem saber quais as regiões geográficas que mais têm participado e recolhido resíduos?

Não só em termos de quantidades de REEE recolhidos mas também de entusiasmo pela iniciativa, temos reparado numa grande intensidade junto dos centros urbanos com menor população do que Lisboa, Porto e Coimbra, onde sentimos que as escolas têm uma maior ligação com o meio envolvente.

O projecto tem também uma componente didáctica. O que têm previsto, nesta área, para a terceira edição?

Igualmente com o apoio dos dois organismos do Estado atrás referidos, foram preparados novos apoios didácticos, que vão ser distribuídos pelas escolas inscritas, pormenorizando cada vez mais os cuidados a ter, as razões que os justificam, a valorização dos REEE que é feita e o aproveitamento posterior.

Para além da sensibilização de professores, alunos e funcionários, há também uma parte muito importante do projecto, que remete para o próprio envolvimento dos pais e comunidade. Este envolvimento é feito, directamente, através dos alunos? Ou há sessões específicas para pais?

As experiências anteriores, neste e noutros fluxos específicos de resíduos, indicam que toda a comunidade é atingida se privilegiarmos a comunicação com a população escolar. O seu entusiasmo e empenho contagiam a respectiva família e meio envolvente.

E estes têm correspondido às expectativas da organização do Escola Electrão?

Os resultados falam por si. Mas seria injusto se não destacássemos os professores envolvidos. Têm sido os corpos docentes envolvidos que, com a actividade preparatória e o aproveitamento deste tema na actividade curricular, têm possibilitado os surpreendentes resultados obtidos.

Ainda é cedo, mas podemos saber se já estão a pensar na quarta edição do projecto?

Se a terceira edição corresponder à evolução até agora verificada, será muito difícil não continuar a dar sequência a um projecto tão acarinhado pelas autoridades e estabelecimentos de ensino nacionais.

Para além do projecto Escola Electrão, que outras acções desenvolve a Amb3E para conseguir que Portugal cumpra a meta da Comissão Europeia de reciclar pelo menos quatro kgs/habitante/ano?

Toda a actividade da Amb3E está orientada para a maior contribuição possível no cumprimento das metas nacionais definidas na União Europeia. A garantia de financiamento por parte de todas as empresas produtoras de EEE aderentes da nossa entidade gestora, a crescente rede de locais de recepção de REEE espalhada por todo o território nacional, e o grupo cada vez mais alargado de UTV’s – Unidades de Tratamento e Valorização com as quais estabelecemos contratos de parceria operacional, bem como as várias campanhas de sensibilização que continuamos a realizar, permitem-nos encarar o futuro com optimismo.





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