10 destinos que lhe darão a volta à cabeça (com FOTOS)



Em Março e Abril começámos uma série de artigos sobre destinos deslumbrantes, daqueles a que se quer ir, pelo menos, uma vez na vida. Hoje voltamos a esta série de destinos incríveis. Veja as nossas sugestões e, em baixo, as respectivas fotos dos locais.

Djenné e Tombuctu
O rio Níger forma no Mali um delta interior que permite a agricultura no Sahel, o limite sul do Sahara, e se transforma num oásis nas rotas contínuas que transportam riqueza e cultura para cidades como Djenné e Tombuctu. Os primeiros europeus que tentaram encontrar Tombuctu sucumbiram à febre e à fixação pela decapitação que mantinham alguns habitantes.  Chegou-se a pensar que a cidade não existia, até que um francês disfarçado de árabe conseguiu voltar para contar a história, no início do século XIX.

Hoje, a viagem desde Bamako, capital do Mali, até Tombuctu  é ainda uma aventura – mas alcançável.  A meio do caminho, numa das ramificações do Níger, está Djenné, cuja Grande Mesquita de barro lhe dá o título de Património Mundial.  No sul de Djenné estende-se o Dogón, que oferece um dos exemplos mais impressionantes da arquitectura tradicional africana, perto das imponentes falésias de Bandiagara. Tombuctu, ameaçada por um deserto que a tenta soterrar, ressurge sobre a recuperação de um enorme património bibliográfico, com a maior universidade da África.

Cascatas Victoria
Após 158 anos da descoberta das Cascatas Victoria, por David Livingston, elas permanecem um dos mais incríveis lugares do mundo.  A sua grandiosidade está na água que cai entre duas paredes de basalto de entre 80 a 100 metros, causando um enorme estrondo que dá conta da sua existência aos visitantes situados ainda a dezenas de quilómetros de distância. Para além disso, a grande cortina de vapor de água e arco-íris tornam mágica a sua contemplação.

Entre a Zâmbia e o Zimbábue, os turistas que visitam o local entre Setembro e Dezembro podem desfrutar de uma atracção extra: a Piscina do Diabo.  Aqui, graças ao baixo nível de caudal do rio, é possível nadar numa piscina natural a 100 metros de altitude.  Os mergulhos noutras épocas do ano não são aconselháveis, devido à força da água capaz de arrastar os banhistas.  Na verdade, o rio sobe tão rapidamente que em poucos minutos o caudal pode atingir mais de um metro.

Cidade do Cabo
Cosmopolita e colonial, delicada e selvagem, rica e pobre – tudo parece paradoxal na cidade mais bonita da África do Sul. Fundada pelos holandeses como ponto de abastecimento para os navios que navegavam pelo Cabo da Boa Esperança, depressa se tornou numa base de migração voluntária e forçada, na vibrante cidade que é hoje extremamente multicultural.  Poucas grandes cidades no mundo têm um parque nacional dentro dos limites municipais.

A Table Mountain, símbolo da cidade, é apenas um dos muitos lugares que se intercalam com os subúrbios da Cidade do Cabo – praias selvagens, íngremes cordilheiras com uma variedade botânica que supera a de países inteiros e uma península habitada por babuínos e visitada por baleias-pretas.

Positano
Situada entre o Mar Tirreno e as montanhas, a pequena cidade de Positano, é uma das mais pitorescas de Itália – as habitações parecem surgiu sobre o mar a partir das falésias. Vielas estreitas e casas coloridas de pedra são o que torna Positano uma cidade de beleza imensurável e que faz parte, desde os anos 50, dos lugares onde melhor é possível fugir do mundo e esquecer os problemas.  Como disse John Steinbeck, Positano “é um lugar de sonho que não parece real enquanto lá se está, mas que se torna real na nostalgia quando o abandonamos”.

Perito Moreno
O Perito Moreno é um dos mais espectaculares e relativamente acessíveis glaciares do mundo. Localizado no Parque Nacional Los Glaciares, desagua no grande Lago Argentino e forma parte da costa continental da Patagónia.  Enquanto a grande maioria dos glaciares diminuíram significativamente ao longo do século passado, o Perito Moreno continua a alternar entre avanços e recuos, tendo como resultado um equilíbrio subtil.  Outra das suas particularidades é a altura relativamente baixa, o que faz com que o rio de gelo corra entre belas encostas de floresta.

A experiência proporcionada pelo glaciar não é apenas visual, mas também acústica, com os rangidos de gelo e as quedas estrondosas dos  icebergs no Canal de los Támpanos. Este último fica bloqueado periodicamente quando o glaciar avança para a península Magallanes e cria um dique natural que obstrui parte do lago – o nível da água aumenta dramaticamente até que acaba por derrubar as paredes de gelo num dos maiores espectáculos da natureza.  Depois de 16 anos sem que tenha ocorrido este fenómeno, ele regressou ao seu ciclo normal que ocorre a cada dois ou três anos.

Canal de Lemaire
Em apenas 11 Km, um estreito canal entre a ilha Booth e a península Antárctica encerra uma beleza impossível de se contemplar em qualquer outro lugar do mundo.  Rodeada de imponentes cumes, uma multiplicidade de icebergs à deriva transformam-se em esculturas naturais modeladas pelas correntes e mudanças de temperatura. Texturas, cores e formas quase impossíveis tornam-se fascinantes, embora às vezes cheguem a impedir a passagem de navios.

O belga Lemaire, explorador do Congo, nunca navegou neste canal, mas um companheiro que o fez teve a amabilidade de dar o seu nome ao canal.  Nos últimos tempos, foi-lhe dado o nome de Kodak, pelo prazer fotográfico que dá àqueles que o visitam. O Canal de Lemaire é uma etapa essencial para os cruzeiros antárcticos com base em Ushuaia, no extremo sul da Terra do Fogo, que incluem a visita e, às vezes, o desembarque em diferentes ilhas e paisagens da península antárctica. Cruzar a temida passagem de Drake, navegando perto de baleias e pinguins, é outra das atracções de uma viagem pelo Círculo Polar Antárctico.

Portões do Árctico
Gates of the Arctic não é o típico parque nacional americano – não há rangers de chapéu nem zonas de picnic ou de acampamento.  Uma avioneta ou hidroavião coloca os viajantes numa área de cascalho ou num lago e é a partir daí que começa a aventura.  Com apenas 4.000 visitantes por ano e uma extensão semelhante à da Galiza, é mais fácil encontrar aqui um urso pardo do que outro caminhante. A recompensa é a natureza virgem, selvagem e poderosa do norte do Círculo Árctico.
No sítio de paisagens infinitas, sob um sol que nunca se põe, os habitantes são lobos, renas e salmões.  Várias empresas organizam expedições guiadas, pelo que não há necessidade de testar as suas habilidades de sobrevivência sozinho – caminhadas e acampamentos de vários dias, canoagem ou rafting nos rios são algumas das ofertas.  Os Portões do Árctico formam parte de uma cintura de áreas protegidas que cobre o Alasca e que inclui o Kobuk Valley National Park e o Noatak Preserve and Wilderness.

Grand Canyon
Com 446 Km de comprimento e seis de largura no ponto mais estreito, o Grand Canyon é uma impressionante brecha que divide o estado do Arizona. Uma maior altura no extremo norte torna-o aí mais agreste e o clima instável; em troca, oferece uma visão menos massificada e mais autêntica das maravilhas que esconde.  A parte sul oferece melhores acessos e algumas das vistas mais espectaculares.

Graças à acção do rio Colorado e à elevação que sofreu esta zona, antes submersa, os 2.000 metros de profundidade do Canyon mostram 1.800 milhões de anos de desenvolvimento do planeta.  Nas suas margens estabeleceram-se tradicionalmente várias tribos indígenas, agora confinadas a reservas.  Uma delas, os Hualapai, assumiu a liderança no desenvolvimento turístico da sua reserva com a inauguração em 2007 do Skywalk, uma estrutura suspensa na rocha em jeito de miradouro, com o chão transparente, na margem sul do Canyon.

Deserto da Namíbia
O deserto da Namíbia, um dos mais antigos do mundo, é também um dos mais peculiares.  É uma faixa estreita que se estende por 1.900 km de costa atlântica.  Está tão ligada ao mar que a vida que alberga depende da escassa humidade que traz a névoa costeira e os detritos orgânicos enviados pelos ventos costeiros. Próxima do mar também se situa a fascinante Skeleton Coast, tão bela quanto amaldiçoada para os marinheiros, uma vez que o seu nome deriva dos restos de naufrágios semienterrados na areia. Mas a estrela da Namíbia é o Sossusvlei, uma lagoa de argila que fica cheia uma vez a cada vários anos, cercada por dunas mais altas (acima dos 300 metros) e pelo espectacular deserto. Um pouco mais longe está a paisagem surrealista de Deadvlei, outra lagoa onde os corpos de árvores mortas evitam que qualquer fotografia fique feia.  Além do deserto,  a Namíbia tem uma das reservas de vida selvagem mais importantes de África – o Etosha National Park – com 114 espécies de mamíferos, incluindo rinocerontes negros, leões e elefantes (os maiores do continente, segundo a população).

Amazónia
A Amazónia não é simples de definir – uma área de selva que supera largamente a superfície de toda a União Europeia, um rio em direcção ao Atlântico com um caudal que duplica a dos primeiros oito rios do mundo juntos e uma biodiversidade que atinge um terço de todas as espécies conhecidas no planeta, sendo que ainda milhares faltam ser catalogadas. Ostenta também um dos recordes mundiais mais infelizes a respeito da degradação ambiental – desde 1970 foi desflorestada uma área equivalente à da Austrália, apenas na Amazónia brasileira.

O Brasil, detentor de 60% do território da Amazónia, tem sido também um país pioneiro na sua protecção e exploração do turismo sustentável.  Lugares como a Reserva Mamirauá, a maior zona de floresta de inundação do país, são líderes do ecoturismo na região. Outros, como a Floresta Nacional do Tapajós, famosa pelas suas árvores gigantescas, apostam na participação comunitária nos benefícios do turismo.  Os nativos são aqueles que mais têm sofrido a pressão destrutiva do desenvolvimento.  Alguns grupos decidiram dar continuidade ao seu isolamento dentro dos limites da floresta – o Brasil tem o maior número de povos isolados, quase 70 tribos registadas.





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