5 perguntas e respostas sobre Obrigações Verdes



Para 2021 prevê-se um crescimento das Green Bonds de instituições financeiras, governos e emissores alinhados ao tema da sustentabilidade. Pedro Amorim, analista da corretora Infinox, ajuda-nos a entender para que serve este tipo de instrumento financeiro.

O que são as Obrigações Verdes (Green Bonds)?

Uma Green Bond é um tipo de instrumento fixed income (mercado de crédito ou obrigacionista) que é destinado especificamente para financiar projetos climáticos e/ou ambientais. Essas obrigações são normalmente vinculadas a ativos e garantidos pelo balanço da entidade emissora, de modo que geralmente carregam a mesma classificação de crédito que as outras obrigações de dívida dos seus emissores. Mais especificamente, as Green Bonds financiam projetos dirigidos para a eficiência energética, prevenção da poluição, agricultura sustentável, pesca e silvicultura, proteção dos ecossistemas aquáticos e terrestres, transporte limpo, água limpa e gestão sustentável da água. Elas também financiam o cultivo de tecnologias ambientalmente amigáveis e a mitigação das mudanças climáticas.

Como é que eu posso investir em Green Bonds?

O Banco Mundial é um grande emissor de Green Bonds. Ao mesmo tempo que financia projetos em todo o mundo, a instituição tem sido muito ativa. Pode ir a qualquer banco ou corretora que disponha a compra/venda de obrigações e consegue adquirir este tipo de produtos. Atualmente, os bancos já têm produtos na rede com este tipo de Green Bonds disponíveis para qualquer cliente investir. Estes são alguns dos maiores e reputados fundos de investimento com mandato de gestão para Green Bonds:
⦁ TIAA-CREF Core Impact Bond Fund (TSBIX)5
⦁ Domini Social Bond Fund (DFBSX)
⦁ Parnassus Fixed-Income Fund (PRFIX)
⦁ CSIF Bond Portfolio A (CSIBX)
⦁ Praxis Intermediate Income Fund (MIIAX)
⦁ Pax World High Yield Bond Fund (PXHAX)—a global fund

Estes títulos verdes têm ganho espaço nos mercados financeiros?

Apesar dos impactos do COVID-19, a procura por parte dos investidores e o impulso de transição impulsionam o mercado. Os primeiros seis meses de 2020 refletem o impacto da pandemia. No relatório ‘Green Bonds Market Summary – H1 2020’, diz que a emissão de Green Bonds foi de 91,6 mil milhões de dólares com queda de 26% no comparativo anual (aumento de 48% no primeiro semestre de 2018). Emissores soberanos lideram com 29% do volume, a maioria proveniente de entidades apoiadas pelo governo. Empresas não financeiras representam mais um quarto do volume de Green Bonds do primeiro semestre. Os mercados desenvolvidos representam a maior parte (82%) das emissões com os EUA na liderança. A emissão soberana permanece estável: 5 emissores repetidos mantêm a participação deste segmento-chave em 14% do total
Um indicador significativo para a crescente diversidade no mercado de sustentabilidade mais amplo, 94,4 mil milhões de dólares de outras Green Bonds que financiam projetos verdes e sociais, incluindo resposta à pandemia. Os maiores negócios vêm de operadoras ferroviárias, serviços públicos e bancos comerciais.

As empresas nacionais têm aderido à emissão de Green Bonds?

Grandes empresas como a EDP têm adotado este tipo de instrumentos para diversificar as suas fontes de financiamento. Há pouco tempo fez uma operação que arrecadou 850 milhões de dólares. Esta emissão destina-se ao financiamento ou refinanciamento, no todo ou em parte, do portfólio de projectos ‘Green’ elegíveis do Grupo EDP, que consiste em projectos renováveis – eólicos e solares – tal como definido no ‘Green Bond Framework’ da EDP”. Em janeiro do ano passado já teve uma emissão 750 milhões de euros em obrigações de dívida ‘green’ subordinada a mais de 60 anos. Por outro lado, os bancos têm aproveitado as linhas de crédito para financiar diretamente empresas/projetos para estas áreas.

Qual o outlook para 2021?

Prevê-se um crescimento das Green Bonds de instituições financeiras, governos e emissores alinhados ao tema da sustentabilidade. É expectável um maior uso de outros rótulos (por exemplo, sustentabilidade e laços sociais), especialmente à luz do COVID-19, bem como instrumentos vinculados ao desempenho (por exemplo, facilidades de crédito vinculadas a KPI) para facilitar a transição.





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