89% dos portugueses defende que a transição ecológica “não pode deixar ninguém para trás”, revela Eurobarómetro



Metade dos europeus considera que a União Europeia está a fazer o suficiente para assegurar uma transição ecológica justa, sendo que 88% acredita que essa transformação “não pode deixar ninguém para trás”, uma opinião partilhada por 89% dos portugueses.

Os números são apresentados pelo Eurobarómetro sobre as ‘Perceções da Equidade da Transição Ecológica’, com base em inquérito realizados entre maio e junho deste ano.

Contudo, apenas 46% dos inquiridos acredita que os produtos e serviços relacionados com a energia sustentável serão financeiramente acessíveis a todos, e os respondentes com menores rendimentos são os que dizem que os governos não estão a fazer o suficiente para assegurar a equidade da transição ecológica.

“No geral, há otimismo de que as políticas para combater as alterações climáticas criarão mais empregos de qualidade”, é afirmado no relatório, embora, uma vez mais, as pessoas mais pobres não sejam tão otimistas.

Sete em cada dez europeus confessa que as alterações climáticas é algo que os assusta, com maior incidência sobre a população feminina, pelo que uma percentagem semelhante assume uma responsabilidade pessoal no combate à degradação ambiental.

No que toca à energia, 93% dos europeus aponta que o nível de preços no seu país é um “problema sério”, com 58% a afirmar que, na verdade, é um “problema muito sério”, sendo que é nos Estados-membros do sul e em alguns do leste da UE que essa visão é mais expressiva. Junto dos portugueses, 99% considera que os preços elevados da energia são um problema grave.

Cerca de metade dos respondentes do continente afirma que poderia usar menos energia do que a que usa atualmente, embora essa opinião tenha maior incidência junto de consumidores com menos dificuldades financeiras.

Nesse contexto, 62% diz que considera reduzir o consumo energético por razões económicas, ao passo que 36% fá-lo-ia por motivos ambientais.

Ainda no campo da energia, 71% dos europeus mostra-se favorável à tributação de produtos e serviços que contribuam para as alterações climáticas e que essas verbas sejam canalizadas para programas de apoio das famílias mais pobres e vulneráveis.

No relatório é recordado que, no passado dia 16 de junho, os Estados-membros comprometeram-se, unanimemente, “em assegurar uma transição justa em direção à neutralidade climática”. E, ecoando análises do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, é deixado um alerta contundente: “Sem reduções imediatas e profundas das emissões em todos os setores, limitar o aquecimento global a 1,5 graus centígrados será inalcançável”.





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