Continuar a apoiar combustíveis fósseis será “fracasso” da presidência portuguesa, alerta a Zero



A associação ambientalista Zero considerou hoje que “será um fracasso” da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) a viabilização de projetos que ainda recorrem a combustíveis fósseis, já que Portugal está “na linha da frente” da descarbonização.

Em comunicado e a propósito do Dia Nacional da Energia, a Zero dá conta de que “o Conselho Europeu propõe um apoio continuado para grandes projetos de emissão de carbono, como o gasoduto EastMed, que permitiria o transporte de enormes quantidades de gás fóssil para a Europa”, ou até “projetos que transportam gás fóssil seriam elegíveis para apoio da UE até 2030”.

A associação ambientalista acrescentou que “a consideração de que o hidrogénio deve vir de fontes estritamente renováveis foi expandida para incluir” os “gases de baixo carbono”.

A terminologia “prevê uma licença criativa para a indústria de combustíveis fósseis” durante as próximas décadas, denunciou a Zero.

“Para um país que está na linha da frente da descarbonização, será um fracasso da parte da presidência portuguesa [do conselho da UE] viabilizar estes projetos. A ZERO reitera o que já mencionou aquando da consulta pública sobre a Estratégia Nacional de Hidrogénio – é um erro ‘misturar’ hidrogénio na rede de gás natural, por razões de eficiência relativa ao seu uso e acima de tudo pelo perpetuar [d]a utilização de gás natural”, criticou.

A associação também observou que “há urgência no planeamento para uma transição justa” do setor da refinação em Portugal, já que é uma “ilusão a compensação de emissões promovida por várias petrolíferas”, em vez da redução da utilização do petróleo e a sua “substituição por combustíveis alternativos” que são “realmente sustentáveis”.

Por fim, a Zero também alertou para a necessidade de eliminar gradualmente a venda de esquentadores e caldeiras a combustíveis fósseis até daqui a quatro anos.

Caso contrário, “a Europa terá uma maior dificuldade em atingir a neutralidade carbónica em 2050”, uma vez que esta a única maneira de garantir que este objetivo chega às casas dos europeus.





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