Parlamento Europeu quer acelerar a implantação da energia eólica marítima
O Parlamento Europeu (PE) propôs hoje medidas para acelerar a implantação da energia eólica marítima na Europa, um passo importante para garantir o cumprimento dos objetivos climáticos. Como referem os eurodeputados, existem zonas com potencial “amplamente inexplorado” para esta atividade, como o oceano Atlântico, o oceano Mediterrâneo, o mar Báltico e o mar Negro.
“A decisão de encontrar espaço para esta capacidade adicional de produção de energia de fontes renováveis ao largo até 2030 é da maior importância e deve ser considerada uma prioridade”, afirmam. É pedido que esse espaço seja identificado na União Europeia (UE) antes de 2023/2024, para que a sua construção seja permitida nos próximos oito anos. As metas de produção de energia de fontes renováveis ao largo em todas as bacias marítimas da UE, são de, pelo menos, 60 GW até 2030, e de 340 GW até 2050, de acordo com uma publicação da Comissão Europeia de novembro de 2020.
O PE realça a importância de garantir um desenvolvimento sustentável e responsável do setor da energia de fontes renováveis ao largo. “Um processo adequado de ordenamento do espaço marítimo deve ser acompanhado de uma abordagem sólida de participação do público, para que as posições de todas as partes interessadas e das comunidades costeiras sejam tidas em consideração”, referem os eurodeputados.
Os planos de ordenamento do espaço marítimo dos Estados-Membros devem assegurar a coexistência de infraestruturas energéticas ao largo com as rotas de transporte marítimo, o setor das pescas, os sistemas de separação do tráfego, os fundeadouros, o acesso e as atividades navais e o desenvolvimento portuário, diz o relatório. Estes parques “podem beneficiar a biodiversidade marinha se forem concebidos e construídos de forma sustentável”, garantem.
Relativamente ao financiamento, o PE considera que o instrumento de recuperação NextGenerationEU proporciona uma oportunidade única de mobilizar capital público em grande escala, para além do investimento privado, para o desenvolvimento do setor. Estima-se que o investimento necessário para prosseguir a implantação em larga escala da energia de fontes renováveis ao largo até 2050 seja de quase 800 mil milhões de euros, sendo cerca de dois terços para financiar a infraestrutura de rede associada, e cerca de um terço para a produção de eletricidade ao largo.
Os eurodeputados apelam também que a Comissão e os Estados-Membros, no âmbito da aplicação do Pacto Ecológico Europeu, melhorem a utilização dos fundos da UE para apoiar o desenvolvimento da energia de fontes renováveis ao largo nos territórios ultraperiféricos e insulares, de molde a reduzir a sua dependência dos combustíveis fósseis.