Ministra desafia produtores de cereja do Fundão a instalar túneis fotovoltaicos



A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, manifestou-se hoje disponível para abrir um aviso específico de apoio à cobertura de pomares de cereja com uma película que produza energia e proteja o fruto de condições meteorológicas adversas.

A governante indicou aquela disponibilidade ao lançar o desafio, durante o leilão das primeiras cerejas deste ano – cerca de um quilo, com um total de 33 unidades de grande calibre, foi vendido por 660 euros a Miguel Caniça, empresário que em junho começa a produzir empadas ultracongeladas e pastéis de cereja – hoje, no Fundão, distrito de Castelo Branco

Maria do Céu Antunes acentuou que aumentar o sistema de túneis, não com plástico, mas com filmes fotovoltaicos, seria uma garantia de “ganho de produtividade e de produção de energia limpa”.

A ministra da Agricultura e da Alimentação aludiu às previsões de produtores que apontam para quebras até 70% na produção deste ano, devido às baixas temperaturas registadas em noites consecutivas na altura da floração e às grandes amplitudes térmicas, para referir que são necessárias “medidas estruturais”, que vão além dos seguros e do Fundo de Emergência Rural.

Maria do Céu Antunes enfatizou a importância de “proteger os pomares e ganhar competitividade”.

“Podemos duplicar a produtividade destes pomares e estamos, por outro lado, a criar condições para a sustentabilidade económica e ambiental deste setor”, realçou.

Segundo a ministra, há verbas para esse efeito no âmbito do Plano Estratégico Nacional da Política Agrícola Comum, que contempla apoios para “investimento verde” e para “tudo aquilo que for para utilizar melhor os recursos”.

“Há soluções nos Estados Unidos da América, no Canadá, e estamos disponíveis para trazer essa solução também para Portugal, não só para esta região, mas para outros territórios”, reforçou Maria do Céu Antunes, que espera, dentro de um ano, estar novamente no Fundão a ver os primeiros túneis sustentáveis implementados.

A governante destacou os 20 milhões de euros que, anualmente, “ficam na economia local” com a fileira e que a Cereja do Fundão representa 60% da quota nacional de produção do fruto.

O presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, vê “com muito bons olhos a possibilidade de haver apoios significativos” para a instalação de túneis, que ajudem a minimizar riscos, com essas características, acrescentando já existirem coberturas em cerca de 10 a 15 hectares de pomares.

“Vamos aceitar esse desafio. Vamos falar com as organizações de produtores que temos, também em diálogo direto com o Ministério da Agricultura e com os programas de apoio. Vamos ver como podemos ajudar para que haja uma percentagem interessante. Se conseguíssemos chegar a 5%, 6% da nossa área de produção, cerca de cem hectares que estivessem já cobertos, já seria uma grande ajuda para, em complemento com as outras áreas de inovação que estamos a desenvolver, podermos continuar a ter níveis de produtividade maiores”, frisou o autarca.

Segundo o presidente da Câmara do Fundão, existem no concelho cerca de dois mil hectares de cereja e tem havido um esforço “não tanto na área de produção, mas sobretudo na requalificação e modernização dos pomares”.

A notoriedade da marca Cereja do Fundão, realçou, tem ajudado os produtores e permitido dar uma maior sustentabilidade às produções, através do reinvestimento no setor.

Paulo Fernandes destacou ainda a aposta no desdobramento de produtos derivados da cereja fresca.

A campanha de promoção da Cereja do Fundão prevê, entre outras iniciativas, a realização da Festa da Cereja, em Alcongosta, aldeia do concelho, entre 09 e 11 de junho, a experimentação de apanha de cereja, viagem de comboio junto aos pomares, piqueniques, voos em balão de ar quente ou apadrinhamento de cerejeiras.

A ministra da Agricultura acentuou que se trata de uma “imagem de marca que tem sabido inovar, renovar-se, a nível turístico e gastronómico”.





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