Investigadores ligam atividades humanas ao declínio dos insetos na Europa
A redução do número de indivíduos e de espécies de insetos é uma das facetas mais preocupantes daquela que é já considerada a crise da biodiversidade. A expansão das cidades, a intensificação e industrialização de práticas agrícolas e a subida da temperatura são tidos como alguns dos principais motores dessas perdas.
Num artigo publicado esta quarta-feira na revista ‘PLOS One’, uma equipa de investigadores da Alemanha e da Suíça apontam para uma tendência de declínio da diversidade e abundância de insetos, sobretudo de carabídeos, grupo em que se inserem os besouros, e de lepidópteros, que incluem as borboletas e mariposas (ou borboletas noturnas).
O trabalho passou pela revisão de 82 artigos anteriormente publicados sobre as tendências populacionais de um grupo ou de ambos na Europa central e ocidental. Embora, no seu conjunto, os estudos apontem quer para declínios quer para aumentos da diversidade e abundância de algumas das espécies desses dois grupos, a tendência mais frequentemente apontada era de declínio.
Esta equipa de investigadores revela que as atividades humanas são a principal causa das perdas registadas, e apesar de não poderem não afetar diretamente as populações de insetos, afetam os habitats de que a sua sobrevivência depende.
“A investigação das raízes do declínio dos insetos é um desafio, uma vez que exige a compreensão de processos que começaram a ocorrer há anos ou mesmo há décadas”, explicam os autores.
E escrevem que “a conservação e restauro dos habitats deve tornar-se uma preocupação central em futuras discussões sobre a proteção da diversidade de insetos a uma escala mais ampla”.