Portugal quer exportar energia renovável para a União Europeia
A União Europeia (UE) não deverá conseguir atingir as metas de clima e energia definidas até 2030 a custos que sejam suportáveis para os consumidores, a menos que compre energia renovável a Portugal e Espanha. Estes países são dos mais abundantes em vento e sol da UE e, como tal, são os locais mais baratos para produzir energia renovável.
Baseado neste pressuposto, o Governo de Portugal enviou uma proposta inédita para Comissão Europeia: a exportação de energia renovável para o espaço comunitário. Na semana passada, o ministro do Ambiente e da Energia, Jorge Moreira da Silva, enviou uma carta para os comissários europeus onde propõe uma meta vinculativa de 25% de capacidade de interligação das redes eléctricas entre os Estados-membros até 2030.
“É um assunto prioritário”, afirma o ministro. Dada a “necessidade de transferência física, entre Estados-membros, da electrificação produzida por fontes renováveis” a custos eficientes, acrescenta Moreira da Silva na carta citada pelo Público.
A discussão sobre a quantidade a ambição das metas vinculativas do novo pacote de clima e energia – redução das emissões de dióxido de carbono, consumo de energia de fontes renováveis e eficiência energética -, que vão de 35% a 40%, têm dividido os países e a Comissão. O Reino Unido e a Polónia são alguns dos países que defendem apenas uma meta, de maneira a terem margem de manobra para explorar carvão e gás de xisto, com adição de os britânicos consideram que as novas linhas de muito alta tensão vão encarecer a electricidade.
Às três metas Portugal quer acrescentar a capacidade de interligação eléctrica, quer ver definida em 25%, para que as interligações deixem de ser uma preocupação exclusiva da Península Ibérica e passem a ser de âmbito comunitário.
Foto: Diogo O. (TheRocky41) / Creative Commons