A Marinha Portuguesa tornou-se cosmopolita
É uma das marinhas mais antigas do mundo. Ao longo dos séculos reuniu um espólio único de conhecimentos, uma mescla das ciências e das culturas de cada momento histórico. Hoje, no século XXI, estão empenhados em transmitir esse legado às novas gerações, reforçando a cultura marítima portuguesa. Essa é a principal missão do almirante Garcia Belo, diretor da Comissão Cultural da Marinha.
Parece que o saber de cada época conflui, com naturalidade, para a Marinha. Para construir as embarcações, fazê-las flutuar e navegar em segurança até ao destino pretendido são necessários um vasto leque de conhecimentos científicos e técnicos: arquitetura, engenharia e construção naval, astronomia, matemática, cartografia, oceanografia, biologia… Estes saberes ajudaram a Marinha a desbravar novos mares, a descobrir melhores rotas, a contatar com diferentes povos e culturas. A Marinha Portuguesa tornou-se cosmopolita – e essa sua característica perdura até hoje.
Esta herança científica e cultural não é um fardo que a Marinha carrega. Como sempre aconteceu ao longo da história, esse legado foi transformado numa missão de serviço público. As imensas coleções de materiais, as bibliotecas únicas, o acervo museológico e documental estão ao serviço das pessoas. Abertas a todos os interessados.
E, atualmente, os principais polos que dependem da Comissão Cultural da Marinha – como o Aquário Vasco da Gama, a Cordoaria Nacional, o Museu de Marinha ou o Planetário de Lisboa -, estão a receber profundas transformações. Mudanças que os tornarão mais modernos, digitais e interativos, para atraírem os novos públicos e continuarem a cumprir, com sucesso, o seu desígnio: ligar os portugueses ao seu mar e aos desafios que ele enfrenta.
Por Paulo Caetano