Dia da Sobrecarga do Planeta à escala mundial: A partir de hoje, Humanidade vive a ‘crédito’ na Terra
Esta quarta-feira, dia 2 de agosto, assinala-se o dia em que a Humanidade excedeu a capacidade do planeta para regenerar os recursos e serviços ambientais de que precisa para viver, no âmbito dos atuais padrões de produção, consumo e desperdício. A partir de hoje, estamos a usar os recursos naturais a ´crédito’, que só deveriam começar a ser usados a 1 de janeiro do próximo ano.
Em 2022, o Dia da Sobrecarga do Planeta chegou no dia 1 de agosto, e, segundo a associação ambientalista Zero, embora nos últimos 70 anos se tenha observado uma antecipação do uso do ‘cartão de crédito ambiental’, “a última década espelha uma desaceleração”.
Quanto aos últimos cinco anos, esse dia ocorreu entre 1 e 3 de agosto, com exceção de 2020, em que se assinalou a 16 desse mês (muito provavelmente devido aos efeitos da pandemia de COVID-19), com a Zero a dizer que “a tendência é de estagnação”.
Tal dever-se-á, sugerem os ambientalistas, “aos esforços de descarbonização e a um conjunto de políticas que visam promover o respeito pelos limites do planeta, muito embora possa também estar a ser influenciada por alguma desaceleração económica nos últimos anos”.
Apesar disso, a Zero alerta que “esta tendência é insuficiente para alcançar os objetivos do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPPC) de reduzir as emissões de carbono a nível mundial em 43% até 2030 (tendo por referência 2010)”. Para ser possível cumprir essas metas, “teremos de retirar 19 dias em cada um dos próximos sete anos”.
A organização portuguesa diz que “a Humanidade tem de acelerar o passo e promover as mudanças necessárias de forma a reduzir o impacte que as suas atividades e necessidades têm sobre a capacidade de carga do planeta”, explicando que aumentar o contributo das energias renováveis para 75% das necessidades mundiais de eletricidade poderá reduzir em 26 dias o uso do ‘crédito ambiental’, e que cortar em quase metade o desperdício alimentar a nível global “pode contribuir para uma redução de mais 13 dias”.
Além disso, a redução das emissões de dióxido de carbono e do consumo de carne são também apontadas como centrais para adiar o dia em que passamos a viver acima das nossas possibilidades na Terra.