Abrir as portas e janelas das salas de aula faz bem à saúde



Há não muito tempo, os professores regulavam as temperaturas das salas de aula abrindo as janelas ou a porta quando ficava demasiado quente. Hoje, os edifícios escolares modernos têm sistemas de controlo climático mais arrojados, que fornecem temperaturas mais frias à distância de um botão, sem ser necessária a entrada de ar exterior. Acontece que isto não é uma boa solução para a saúde.

O Lawrence Berkeley National Laboratory, nos Estados Unidos, analisou as taxas de ventilação em 162 salas de aula na Califórnia, ao longo de dois anos. De acordo com o estudo, os alunos presentes em salas com altos níveis de ar fresco em circulação são mais saudáveis e ficam menos vezes doentes.

Mais de metade das salas de aula envolvidas no estudo não atinge os padrões exigidos de ventilação natural – 7,1 litros por segundo por pessoa ou cerca de 0,4 metros cúbicos por minuto por pessoa.

Estas pobres taxas de ventilação facilitam o controlo da temperatura, por meio artificial, mas as desvantagens também estão muito presentes. O estudo concluiu que as poucas salas que cumprem as normas de ventilação têm 3,4% menos faltas por motivos de doença, por parte dos alunos, do que as restantes.

Os investigadores não sabem dizer ao certo por que razão a falta de ventilação natural conduz a problemas de saúde, mas especulam que podem haver partículas irritantes no ar que, ao longo do tempo, causam infecções nas vias respiratórias. O ar exterior a invadir as divisões pode diluir um pouco esse efeito.

Segundo o The Atlantic Cities, se cada sala de aula na Califórnia cumprisse as normas de ventilação decretadas, o Estado poderia poupar mais de €60 milhões (R$ 172 milhões) em cuidados de saúde.

Os autores do estudo publicado na revista Indoor Air esperam que estas conclusões ajudem a suscitar o debate em torno da ventilação natural dos edifícios, um tema facilmente esquecido na saúde.





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