Açores querem ser “referência planetária” na conservação da biodiversidade
O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, insistiu ontem que a região pretende atingir a meta de 30% de Áreas Marinhas Protegidas até 2023 para ser uma “referência planetária” na conservação da biodiversidade.
Falando na Semana das Pescas, que arrancou hoje na Horta, Faial, o líder do executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) reiterou que os Açores pretendem alcançar “um aumento das áreas de reserva marinha protegidas em 30%” do espaço marítimo e de “15% quanto às áreas de reserva marinha totalmente protegidas”.
O líder regional lembrou que aquelas metas permitem o cumprimento da agenda das Nações Unidas e da “agenda europeia”, referindo-se à Estratégia de Biodiversidade da União Europeia.
“São estes pois objetivos estratégicos, antecipando o futuro: enquanto a meta europeia é [para ser atingida até] 2030, estamos tudo a fazer para alcançar em 2023. Sim, não temos receio de ser um caso de estudo na ciência, na investigação, na relação da sustentabilidade da nossa própria natureza”, afirmou.
Segundo disse, o Governo Regional quer fazer dos Açores uma “referência planetária” na “preservação e conservação da biodiversidade”.
“[Podemos ser] um caso de um estudo na ligação entre a economia extrativa necessária e indeclinável, a proteção da biodiversidade e a conservação dos nossos recursos”, reforçou.
Ao longo dos últimos meses, o Governo Regional tem promovido reuniões com várias entidades para definir as Áreas Marinhas Protegidas, entre as quais a Federação das Pescas dos Açores, o Observatório do Mar dos Açores, a Direção Regional do Ambiente, a Fundação Oceano Azul e a Sociedade Portuguesa do Estudo das Aves.
Em 29 de março, o Governo dos Açores anunciou que vai retomar a Semana das Pescas, 17 anos depois, mantendo a designação do evento pelo “significado histórico” que tem para a ilha do Faial.
A Semana das Pescas vai “homenagear o histórico governante Adolfo Lima, secretário com a tutela do setor nos executivos de João Bosco Mota Amaral”, que liderou o governo da região entre 1976 e 1995.