Actriz Lucy Lawless em protesto contra a exploração de petróleo no Árctico
A actriz neozelandesa Lucy Lawless juntou-se ao Greenpeace para se opor à nova plataforma de petróleo norueguesa instalada no Mar de Barents, em pleno Árctico.
Activistas de 19 nacionalistas viajaram a bordo do navio Greenpeace Arctic Sunrise, seguindo depois até à plataforma de petróleo Statoil Songa Enabler, a 275 quilómetros da costa, em barcos insufláveis com bandeiras e cartazes que diziam “People Vs. Arctic Oil”. Dirigiam-se à Statoil, empresa estatal petrolífera norueguesa, e ao próprio governo norueguês, que deu início a uma nova e agressiva prospecção de petróleo nas águas do Mar de Barents.
Não é a primeira vez que a Lucy Lawless conhecida pelos seus papéis na série “Spartacus” ou e no filme “Xena: A Princesa Guerreira” se junta ao Greenpeace. A actriz e activista já chegou mesmo a ser detida numa acção da ONG internacional quando há cinco anos impediu um navio de perfuração de sair de uma doca na Nova Zelândia. Agora Lawless voltou a juntar-se aos protestos em conjunto com activistas de todo o mundo. É o caso da filipina Joanna Sustento, que perdeu quase toda a família no grande tufão Hayan, que cientistas dizem ter sido uma consequência das alterações climáticas. “É difícil entender e aceitar que um governo como o da Noruega abra novas áreas de exploração de petróleo no Árctico, sabendo que irá colocar famílias em risco noutras partes do mundo”, disse a sobrevivente num comunicado divulgado pelo próprio Greenpeace.
Apenas duas semanas após a assinatura do Acordo de Paris, o governo da Noruega concedeu a 13 companhias de petróleo 10 novas licenças para prospecção numa área completamente nova, pela primeira vez em mais de 20 anos.
“É assustador pensar que os super-tufões pode tornar-se fenómenos normais se governos como a Noruega permitirem mais perfuração de petróleo. Eu não consegui parar o tufão que destruiu minha casa, mas a Noruega poderia desempenhar um papel na redução da severidade e da frequência dessas tempestades. Dá-me esperança ver que agora as pessoas estão tomando medidas pacíficas para o clima em todo o mundo e responsabilizando os governos”, acrescentou Sustento.
A ONG e a organização norueguesa Nature and Youth também apresentaram mesmo uma acção judicial contra o governo norueguês, argumentando que as novas licenças de petróleo violam tanto o Acordo de Paris quanto o parágrafo 112 da Constituição da Noruega, que compromete o governo a “salvaguardar o direito das pessoas a um ambiente limpo e saudável para as gerações futuras”. A audiência está agendada para 14 de Novembro de 2017, mas a Statoil decidiu prosseguir com as perfurações apesar da disputa legal .
Mais de 250.000 pessoas assinaram uma petição para apoiar esta acção judicial, testemunhos que serão usadas para apoiar o caso em tribunal.
“Não posso assistir sem fazer nada, quando sabemos que não podemos queimar mais um único barril de petróleo de um novo poço se quisermos evitar uma catástrofe climática. Não quero ter de olhar os meus filhos nos olhos e explicar por que não fiz tudo o que pude para protegê-los contra as alterações climáticas. Vai para além da minha compreensão que o governo norueguês esteja a dar à Statoil autorização para perfurar como louca às custas das gerações futuras “, disse Lucy Lawless.
Foto: © Will Rose / Greenpeace