Aerossóis naturais podem ajudar a abrandar o aquecimento global
Podem as plantas ajudar a retardar o aquecimento global? Segundo um novo estudo, sim. Os investigadores defendem que, à medida que o clima aquece, as plantas tendem a libertar mais partículas de aerossóis para a atmosfera.
A investigação avança que esses aerossóis naturais – representados a verde, no mapa – podem fomentar a criação de nuvens, o que ajuda a arrefecer um clima mais quente.
Os aerossóis são finas partículas de matéria sólida ou líquida em suspensão no ar. A maioria destas partículas presentes na atmosfera provêm de actividades humanas, mas as erupções vulcânicas, por exemplo, também contribuem para a emissão de alguns aerossóis.
As plantas também são responsáveis por uma pequena percentagem de aerossóis atmosféricos. Elas libertam gases, como o vapor de água e o oxigénio, que se combinam com os aerossóis emitidos para formar partículas maiores em suspensão que reflectem a luz solar.
Os investigadores recolheram dados de 11 locais em torno do mundo, medindo as concentrações de partículas de aerossol, os gases das plantas e as temperaturas. Ficou provado que, em temperaturas mais elevadas, as plantas emitem mais gases capazes de aderir às partículas de aerossol. Estes podem conduzir à formação de nuvens e, como resultado dessa cobertura, a temperaturas mais frias.
Outro estudo concluiu também que as florestas tropicais, que absorvem igualmente grandes quantidades de dióxido de carbono e emitem o vapor de água que forma as nuvens, são essenciais para a estabilização das temperaturas atmosféricas.
Estas novas descobertas não vão, contudo, impedir o aquecimento global – segundo o estudo, em algumas áreas como as florestas da Finlândia ou do Canadá, o efeito do aquecimento global é tão forte que este fenómeno pode compensá-lo em apenas 1%.
Os investigadores acreditam, no entanto, que o impacto da formação de aerossóis por parte das plantas pode ser um elemento importante no ajuste de modelos de previsão climática.
A investigação foi publicada na revista Nature Geoscience.
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