Águeda vai comprar nova ceifeira para limpar a Pateira de Fermentelos
A Câmara de Águeda vai comprar uma segunda ceifeira para limpar os jacintos-de-água da Pateira de Fermentelos e queixa-se que os outros municípios ribeirinhos não atuam na limpeza, disse à Lusa fonte municipal.
De acordo com a mesma fonte, o procedimento para a aquisição ainda está a ser ultimado e estão a ser realizadas visitas técnicas à Pateira para determinar o equipamento adequado.
O presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, admitiu a necessidade de uma nova ceifeira aquática, bem como de realizar uma operação de desassoreamento daquele que é considerado o maior lago natural da Península Ibérica.
“A Pateira está no centro das nossas preocupações”, afirmou o autarca, lamentando que sejam três os municípios confinantes com o lago, “mas só Águeda é que limpa”.
Os outros dois, Aveiro e Oliveira do Bairro, têm outro entendimento, considerando que cabe à Agência Portuguesa do Ambiente a limpeza da Pateira e dos cursos de água que nela desembocam.
A Câmara de Aveiro, presidida por Ribau Esteves, protestou junto do Ministério do Ambiente e da Ação Climática por não obter, até agora, qualquer resposta ao pedido urgente para uma limpeza de manutenção.
No centro das preocupações de Aveiro está sobretudo o Rio Novo do Príncipe que, à semelhança da Pateira, tem já áreas de água densamente cobertas pela espécie infestante.
Os jacintos-de-água, que chegam a aparecer a sul da Costa Nova e na embocadura da Barra, arrastados pelas correntes, impedem a penetração da luz e reduzem o oxigénio, com impactos ambientais significativos, nomeadamente na vida dos peixes e das algas.
“Quem tem de limpar é a APA, outros municípios podem ter outras interpretações, mas é esse o nosso entendimento, até porque, se houvesse uma mortandade de peixes na sequência de qualquer intervenção, de quem seria a responsabilidade?”, questionou à Lusa fonte do gabinete de Ribau Esteves.
O autarca de Aveiro, que preside também à Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, considera que uma operação para evitar a proliferação de jacintos-de-água, que envolva os três municípios e que até já tem uma candidatura aprovada, deve ser antecedida de uma limpeza geral dos cursos de água afetados, a cargo da APA.
A Câmara de Aveiro vem reclamando desde agosto de 2022 essa intervenção, “mas a APA até agora não o fez e a situação piorou”, comentou à Lusa.