Alemanha vai desbloquear Fundo Amazónia após posse de Lula da Silva



O Governo alemão confirmou hoje que está disposto a desbloquear a sua contribuição ao Fundo Amazónia, suspenso em 2019, assim que o Presidente eleito, Lula da Silva, tomar posse no Brasil.

“Os recursos serão liberados o mais rápido possível”, disse um porta-voz do Ministério da Cooperação para o Desenvolvimento, Benedikt Schöneck, durante uma conferência de imprensa em Berlim.

A velocidade com que isso será possível dependerá de o Brasil cumprir uma série de pré-requisitos que permitem a atuação do fundo no combate à desflorestação na Amazónia, acrescentou o representante do Governo alemão.

“O novo Governo [do Brasil] só tomará posse no próximo ano, pelo que não é de esperar que seja possível cumprir antecipadamente estes pré-requisitos”, acrescentou ao ser questionado pelos jornalistas.

Schöneck afirmou ainda que nos próximos dias ou semanas o seu ministério manterá contactos com o Governo da Noruega, que juntamente com a Alemanha é o principal patrocinador do Fundo Amazónia, para coordenar o desbloqueio.

Ambos os países contribuíram com um total de mais de 500 milhões de dólares, disse o porta-voz, que salientou que por parte de Berlim estão pendentes 35 milhões de dólares que já tinham sido aprovados quando a atividade do fundo foi paralisada, bem como vários contratos de financiamento.

O aumento da desflorestação na Amazónia no Governo do atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, fez com que a Alemanha e a Noruega congelassem indefinidamente as suas contribuições para a instituição dedicada à proteção ambiental.

Por sua vez, o porta-voz da chancelaria alemã, Steffen Hebestreit, lembrou que na segunda-feira o chanceler, Olaf Scholz, expressou a expectativa de uma transferência pacífica do poder no Brasil e indicou que Berlim “continua observando a situação”.

“Segundo os ‘media’, há sinais do campo de Bolsonaro de que aceita a derrota”, disse Hebestreit, que esclareceu que essa informação, no entanto, deve ser tratada com cautela.

Com 100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva venceu as presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava obter um novo mandato de quatro anos.





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