Alterações climáticas estão a dificultar reprodução das chitas



O animal mais rápido do mundo, a chita, está a ter grandes dificuldades em reproduzir-se, devido às alterações climáticas. Segundo investigadores e cientistas do National Museums of Kenya (NMK) e do Kenya Wildlife Serive, a chita desenvolveu uma espécie de espirais anormais no seu esperma, resultado das temperaturas mais quentes no Planeta. Esta anormalidade está agora a dificultar a reprodução dos animais (as alterações climáticas estarão também a afectar o processo alimentar das chitas, diz ainda o estudo).

“As alterações climáticas estão a contribuir para defeitos no esperma das chitas. Muitos têm espirais anormais, poucas contagens de espermatozoides e níveis de testosterona extremamente baixos. Por outro lado, as mudanças no clima tornaram ainda a sobrevivência da gazela difícil de conseguir, pelo que a chita teve de mudar para outras dietas, que também estão a afectar o seu sistema reprodutivo”, explicou ao The Guardian o chefe da secção de mamologia do NMK, Risky Agwanda.

Apesar de poder acelerar dos 0 aos 100 km/h em três segundos, a chita tem contagens de espermatozóides 10 vezes mais baixas que o gato doméstico.

“As chitas adoram comer gazelas de Thomson, que têm níveis muito altos de proteína comparando com outros herbívoros, mas a população de gazelas tem diminuído rapidamente, devido à seca, falta de conservação dos habitats e às difíceis condições climáticas e actividades humanas”, continuou Agwanda.

Há hoje 1.000 chitas no Quénia, mas este número já foi de 5.000, no início dos anos 80. “A composição genética deste animal é mais sensível que a dos outros felinos. As chitas têm genes fracos”, concluiu o cientista.





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