Alterações climáticas: Portugal tem o 14º melhor desempenho, Brasil é 7º no ranking global
Portugal (14º lugar) e o Brasil (7º lugar) estão bem posicionados no ranking Climate Change Performance Index (CCPI), que avalia o comportamento dos 58 países mais industrializados em relação ao tema das alterações climáticas.
O índice, desenvolvido pela ONGA (Organização Não-Governamental de Ambiente) GermanWatch e pela Rede Europeia de Acção Climática, foi publicado hoje em Durban, na África do Sul, onde decorre a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP17).
O índice mostra que nenhum país dos considerados pode ser destacado como tendo um desempenho satisfatório no que respeita à protecção do clima.
As classificações de Portugal e Brasil foram avaliadas com um “bom”, num ranking que tem a curiosidade de não ter os três primeiros classificado. Ou seja, na prática, o Brasil será o 4º país mundial com o melhor desempenho, e Portugal o 11º.
Portugal ficou em 22º na componente tendência de emissões, 14º em nível de emissões, 20º em políticas climáticas. Assim, mantém a mesma posição que no CCPI 2011, apresentado em 2010 em Cancún, no México.
Veja o ranking.
Os melhores lugares foram para três países europeus – a Suécia, o Reino Unido e a Alemanha. Os piores países são a Arábia Saudita, Irão e Cazaquistão.
A Suécia regressa assim ao topo, principalmente pelo baixo nível de emissões e pela tendência decrescente em áreas como o sector residencial. Já o Brasil (em 7º lugar) perdeu o lugar de topo pelas suas emissões crescentes e pelo aumento da desflorestação desde o final de 2010. A Índia recuou treze lugares dada forte tendência de aumento das suas emissões.
Já o desempenho da China (em 57º lugar) está cheio de contradições pelo enorme peso que as suas emissões têm à escala global e por ainda não se reflectir no índice a maior presença de renováveis em implementação.
Os Estados Unidos da América (em 52º lugar) melhoraram duas posições, à custa da crise económica, sendo que o efeito mais visível em termos de emissões foi sentido com Irlanda e Espanha que melhoraram dez posições em relação ao ano passado (para 17º e 35º lugares, respectivamente). A Polónia (em 56º lugar) tem no quadro europeu uma posição no fim da tabela, muito devido às posições políticas de bloqueio ao aumento da meta de redução para 30% durante a sua Presidência do Conselho Europeu.
O critério específico para esta avaliação são as medidas tomadas por cada país para assegurarem à escala global um aumento de temperatura inferior a 2ºC, em relação à era pré-industrial. O CCPI 2012, tal como no ano passado, não tem vencedores, porque nenhum país está a fazer o esforço necessário para evitar uma alteração climática com consequências dramáticas.
O objectivo do índice é aumentar a pressão política e social, nomeadamente nos países que têm esquecido até agora o seu trabalho interno no que respeita às alterações climáticas.