Animais de grande porte correm mais risco de extinção. E a culpa é do homem



Os animais vertebrados de grande porte e os mais pequenos são os que correm maior risco de extinção, são as conclusões de um estudo divulgado esta segunda-feira pela PNAS – Academia de Ciências dos Estados Unidos.

Determinar os factores de risco de extinção das espécies tem sido uma busca fundamental da biologia da conservação. Por isso, um grupo de cientistas de várias universidades avaliou 27.647 espécies de vertebrados de mais de 44 mil espécies na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), das quais 17% estão actualmente ameaçadas. As conclusões revelam que há uma relação entre a massa corporal de uma espécie e sua situação no catálogo da UICN. Além disso, dependendo de ser uma espécie grande ou pequena, o tipo de ameaça é diferente.

Os resultados mostram que os vertebrados de menor e maior massa corporal são os que correm um risco de extinção mais elevado. Quanto maior for o animal, maior é a probabilidade de estar em risco de extinção (chegando a aumentar o risco em mais de 1000%) e quase sempre devido à intervenção humana directa. Por sua vez, no caso das espécies mais pequenas, a principal ameaça é a deterioração do seu habitat.

“Para as grandes espécies, a captura pelos seres humanos é o que mais determina o risco de extinção”, diz o ecologista da Universidade estadual de Oregon e o principal autor do estudo, William Ripple. Essa captura pode ser pesca legal e ilegal, caça de subsistência, caça ao troféu, exterminação falsamente medicinal ou simples de um rival de recursos. Aliás, 90% das grandes espécies na lista ameaçada da UICN estão directamente ameaçadas por qualquer uma dessas formas de assédio humano.

“Para pequenas espécies, a degradação do habitat é a principal causa do risco de extinção”, diz Ripple, citado pelo El País. Esta deterioração do habitat pode ser devida ao desmatamento, à poluição, à agricultura intensiva e à urbanização ou espécies invasoras, entre outros. Estas também são ameaças causadas principalmente por seres humanos, embora seu impacto não seja tão directo como o de um tiro.

Se assim for, os ecossistemas do futuro podem ser dominados pela classe média de animais. O estudo, do qual fizeram parte investigadores dos Estados Unidos, Austrália e Suíça, alerta que estão em causa possíveis alterações profundas na dinâmica das florestas, pradarias e oceanos, que foram “a arquitectura do seres vivos do planeta”.

Foto: via Creative Commons





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