APA admite que ETAR em Paços de Ferreira “não cumpre com as normas”



A Agência Portuguesa de Ambiente (APA) admitiu que a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Arreigada, em Paços de Ferreira, junto a um afluente do rio Douro, “não cumpre com as normas de descarga estabelecidas na legislação em vigor”.

A conclusão daquela entidade, refere-se num esclarecimento enviado segunda-feira à agência Lusa, decorre do “histórico de funcionamento da ETAR”, nomeadamente após a remodelação realizada recentemente no equipamento.

“Atualmente, verifica-se que a ETAR [junto ao rio Ferreira] ainda não consegue ter capacidade para proceder ao tratamento integral de toda a quantidade de águas residuais afluentes à ETAR, estimando-se que 1.500 m3/dia (20% do afluente total) seja sujeita a todas as etapas de tratamento”, lê-se na informação.

Refere-se, por outro lado, que, “por forma a ajudar o município [de Paços de Ferreira), a APA já sinalizou a prioridade desta questão junto da entidade gestora do PT2030 para o ciclo urbano da água, no sentido de acomodar os trabalhos necessários em futuros avisos a financiamento”.

A posição daquela agência pública acontece depois de o movimento #MovRioDouro ter criticado, no dia 14 de fevereiro, “a falta de resposta” da Agência Portuguesa do Ambiente a problemas na bacia do Douro, concretamente um foco de poluição e uma estação de tratamento que despeja efluentes para um rio.

“Um foco de poluição no rio Douro ou uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que apenas trata 10 a 15% dos efluentes e despeja o resto diretamente no rio Ferreira não podem ser ignorados”, afirmou então, citado em comunicado, Gustavo Briz, membro do #MovRioDouro.

Aquele movimento também pediu dados sobre a caracterização físico-química e volume dos efluentes libertados em meio hídrico pela ETAR de Arreigada e cópia das licenças de descarga.

Em outubro de 2022, o presidente da vizinha Câmara de Paredes admitiu que a remodelação da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Paços de Ferreira, onde foram investidos 5,1 milhões de euros, não tinha resolvido o problema da poluição do rio Ferreira.

Em declarações à Lusa, Alexandre Almeida contou ter recebido a informação de que a vizinha Câmara de Paços de Ferreira concluíra que os equipamentos não funcionam como era suposto e avançou com uma ação em tribunal contra a empresa responsável pela instalação da ETAR.

A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Arreigada drena os efluentes para o rio Ferreira, linha de água que evolui para o vizinho concelho de Paredes, na zona de Lordelo, onde a poluição é observada há mais de duas décadas.





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