Apoio à Ucrânia e tecnologias ‘limpas’ marcarão encontro Biden-Von der Leyen



O Presidente norte-americano, Joe Biden, receberá na sexta-feira, em Washington, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para abordar o apoio à Ucrânia e investimentos em tecnologias ‘limpas’, entre outros temas, segundo a Casa Branca.

Nesta reunião bilateral, os dois líderes “irão rever a forte cooperação entre os Estados Unidos (EUA) e a União Europeia (UE) no apoio à Ucrânia na defesa da soberania e democracia deste país, e impor custos à Rússia pela sua agressão”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em comunicado.

Biden e Von der Leyen também discutirão a coordenação EUA-UE no combate à crise climática, através do investimento em tecnologias ‘limpas’ e aproveitarão para fazer um balanço do grupo de trabalho conjunto para a segurança energética da Europa, estabelecido há um ano para ajudar a UE a reduzir a sua dependência dos combustíveis fósseis russos e acelerar a sua transição ‘verde’.

Desafios de segurança internacional, incluindo o trabalho conjunto entre os EUA e a UE para “enfrentar os desafios colocados pela China”, também estarão em destaque neste encontro, segundo Jean-Pierre.

Segundo o ‘site’ noticioso Politico, autoridades norte-americanas têm pedido a aliados próximos que imponham sanções sem precedentes à China, caso Pequim forneça apoio militar à Rússia na guerra contra Kiev.

Isto sucedeu após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ter dito que as empresas chinesas já estavam a fornecer “apoio não letal” à Rússia, com novas informações a sugerir que Pequim poderia fornecer “apoio letal”.

A líder do executivo comunitário iniciou na segunda-feira uma viagem à América do Norte, começando pelo Canadá, onde se encontrou com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e seguindo para os Estados Unidos, naquela que será a sua segunda reunião com Joe Biden na Casa Branca desde que o democrata substituiu Donald Trump em 2021.

Nos últimos meses, as relações transatlânticas têm sido marcadas pelo descontentamento europeu face ao plano dos Estados Unidos de subsidiar a produção local de tecnologias ‘limpas’ com 370 mil milhões de dólares (cerca de 350 mil milhões de euros), o que é considerado discriminatório, contrário às regras da Organização Mundial do Comércio.

Juntamente com a escalada dos preços da energia, o plano norte-americano ameaça levar empresas europeias a trocar o continente por outras regiões para estabelecer a sua base produtiva.

A lei norte-americana da redução da inflação, que entrou em vigor em agosto do ano passado, tem por objetivo reduzir os custos para os norte-americanos, abrangendo, por exemplo, investimentos no setor da energia e subsídios para veículos elétricos, baterias e projetos de energias renováveis.

Contudo, muitos destes subsídios só incluem produtos fabricados nos Estados Unidos.

Desde então, Bruxelas iniciou negociações com Washington com o objetivo de conseguir um tratamento favorável para as empresas europeias, na linha do que as empresas mexicanas e canadianas irão receber, mas ainda não houve um acordo, apesar de nos últimos dias ambas as partes terem reconhecido progressos.

Pela falta de garantias dos Estados Unidos, a UE está a trabalhar no seu próprio plano para fornecer incentivos às tecnologias ‘limpas’ europeias, proposta que a Comissão Europeia planeia finalizar em meados deste mês e que deverá conter regras para melhorar o fornecimento de matérias-primas críticas e aumentar o fabrico de tecnologias em solo europeu, bem como uma reforma do mercado da eletricidade, que é considerada fundamental para baixar preços.





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