Aquecimento com energia de hidrogénio custa 70% mais do que o gás natural



Algumas pessoas têm apostado no hidrogénio para aquecimento, mas um novo estudo mostra que aquecer a sua casa com este tipo de energia pode custar 70% mais do que utilizar gás natural, avança o site “Inhabitat”.

“Embora o hidrogénio tenha um papel a desempenhar na via da descarbonização, através, por exemplo, da utilização nos sectores industriais e na utilização de eletricidade excedentária, os custos atuais e previstos mostram que é não é económico utilizar combustível 100% hidrogénio para aquecer as nossas casas”, disse Jitendra Patel, consultor sénior da consultora de energia britânica Cornwall Insight, citado pelo “The Guardian”.

Uma solução possível é misturar hidrogénio com gás combustível fóssil, um compromisso para reduzir as emissões de carbono, evitando ao mesmo tempo que o preço aumente drasticamente.

O ministro das Finanças britânico Kwasi Kwarteng prometeu fundos para cinco projetos de infraestruturas de hidrogénio. Mas muitos acreditam que o hidrogénio misturado com gás é uma forma de manter o status quo quando há caminhos muito mais ecológicos a percorrer. Michael Liebreich, fundador da Bloomberg New Energy Finance, é um destes críticos. “O aquecimento com hidrogénio a partir de energias renováveis é seis vezes menos eficiente do que a utilização da mesma eletricidade numa bomba de calor. Não conheço um único analista sério de energia não filiado na indústria do gás que pense que o aquecimento com hidrogénio será o caminho”, disse Liebrich num tweet recente.

Muitas empresas de combustíveis fósseis estão a fazer lobby a favor do hidrogénio, desde “gigantes” como a BP e a Shell a pequenas start-ups. Elas vêem-no como uma fonte alternativa de rendimento que poderiam aproveitar com alguns ajustes à sua infraestrutura atual de gás. De acordo com a MCS Charitable Foundation, pelo menos 120 lobistas pagos estão a falar de hidrogénio no parlamento, o a fundação pensa ser um grande erro.

“O hidrogénio é um combustível caro e raro de produzir no presente e, embora os custos possam vir a diminuir no futuro, a MCS sente que este combustível não é económico para o aquecimento doméstico neste momento e poderia levar mais pessoas à pobreza de combustível”, declarou a MCS no seu website.





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