Artista brasileiro retoca as fachadas lisboetas com azulejos de papel (com FOTOS)
Lisboa é conhecida pelos seus prédios de fachadas revestidas a azulejos. Porém, ao longo dos anos, estas fachadas foram-se deteriorando e alguns azulejos foram caindo ou até mesmo roubados. Muitos destes azulejos têm séculos e o seu fabrico é escasso pelo que os coleccionadores vão aumentando, o que potencia o roubo destas peças de cerâmica tradicional.
Fábio Carvalho é um artista plástico brasileiro, do Rio de Janeiro, e, de forma criativa, tentou solucionar este problema português. Através do projecto “Aposto”, o artista criou, imprimiu e colou padrões de azulejo em papel nos locais em falta.
No total foram 35 dias de intervenção, entre Fevereiro e Março, 45 fachadas intervencionadas – principalmente nas zonas da Graça, Anjos, Penha de França, Bairro Alto, Baixa e Rua da Madalena – e mais de 300 inserções de azulejos em papel.
A ideia para a intervenção nasceu em 2011, quando o artista se deparou com vários remendos aos azulejos feitos nas fachadas dos prédios, em que eram utilizados padrões diferentes dos originais para completar os espaços em falta.
Para a iniciativa, que também tem vindo a ser reproduzida no Rio, Fábio Carvalho desenhou três padrões diferentes de azulejos. Estes padrões foram depois impressos a lazer em papel, que posteriormente foi aplicado, com cola de amido, nas paredes deterioradas. Em comunicado enviado ao Green Savers, o artista ressalva que “nenhum azulejo original foi coberto pelo papel”.
Esta é a segunda vez que Fábio Carvalho desenvolve um projecto de intervenção artística em Lisboa. Em 2014, o artista realizou uma intervenção durante as Festas de Lisboa, intitulada “Migração Monarca”.
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Fotos: Fábio Carvalho