As principais tendências da mobilidade elétrica na Europa
A transição para a mobilidade elétrica é uma tendência crescente em toda a Europa. Em 2019, a União Europeia (UE) comprometeu-se a reduzir as emissões de gases com efeito estufa dos veículos rodoviários em 90% até 2050. Uma nova análise da Juice Technology AG, fabricante de estações de carregamento elétrico e software e líder em carregadores portáteis para veículos elétricos, apresentada por Lars Thomsen, membro do Conselho de Administração da Juice, revela as principais conclusões acerca das tendências futuras do setor na Europa.
Em 2021, 20% das vendas de automóveis novos na Europa corresponderam a veículos elétricos. Nos cinco maiores mercados europeus – França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido -, a quota de mercado reivindicada pelos veículos elétricos (incluindo os elétricos, híbridos plug-in e híbridos convencionais) aumentou de 8% em 2019 para 38% em 2021. Em setembro do mesmo ano, o Modelo 3 da Tesla tornou-se o primeiro veículo elétrico mais vendido no continente europeu.
Espera-se que na primeira metade de 2023, a quota combinada de veículos elétricos a bateria (VEB) e veículos elétricos híbridos plug-in (VEPH) excederá a das novas matrículas dos veículos a gasóleo e a gasolina. Em praticamente todos os segmentos e classes de veículos, os elétricos atingirão um ponto de viragem em 2025, onde a sua atratividade, tanto em termos económicos como de desempenho, ultrapassará claramente os seus homólogos com motores de combustão interna que serão progressivamente eliminados. As autonomias dos veículos elétricos estão a aumentar, ao mesmo tempo que os tempos de carregamento estão a diminuir constantemente, e as oportunidades de carregamento tanto no domínio público como privado estão a tornar-se cada vez mais a norma. Além disso, estes vão ganhando um domínio cada vez maior nos segmentos de grande volume de vendas com preços médios e baixos.
Em termos de infraestruturas de carregamento, prevê-se que até 2024, praticamente todas as áreas de serviço das autoestradas na Europa estejam equipadas com ligações de carregamento rápido, o que implica enormes investimentos para os operadores das instalações. Estes custos serão transmitidos aos utilizadores sob a forma de preços relativamente elevados por quilowatt-hora (kWh), a não ser que os utilizadores celebrem um contrato premium com o operador em causa com uma taxa base mensal. As previsões atuais apontam para o estabelecimento de três a cinco redes em toda a Europa que competirão pela retenção de clientes a longo prazo, de forma semelhante às atuais operadoras de redes de telemóveis.
No caso de Portugal, observa-se um modelo inovador no mundo que unifica todas as operadoras numa única rede pública de carregamento, a Mobi.E. Segundo dados da mesma, as vendas de automóveis elétricos aumentaram 49,1% e o número de estações de carregamento da rede Mobi.E aumentou 66,5%, em 2021.
Lars Thomsen salienta ainda o cumprimento das orientações definidas pelo Governo, quer em termos do aumento da rede Mobi.E, quer do reforço da rede em termos de potência, com o crescimento significativo do número de estações com uma potência superior a 22 kWh para 567 (+117%), o que levou a uma potência de 106,1 MW no total da rede, mais de 1,5 vezes superior aos níveis de potência exigidos pelo futuro pacote legislativo da União Europeia.
“Tendo em conta estes números tão positivos, é de se esperar que a percentagem de veículos elétricos cresça a um ritmo notável nos próximos anos, juntamente com o desenvolvimento de uma infraestrutura de carregamento cada vez mais robusta sob a égide da Mobi.E. Penso que é sensato afirmar Portugal se vai tornar num mercado muito relevante para a mobilidade elétrica na Europa e para o cumprimento das metas climáticas estabelecidas pela União Europeia”, afirma Christoph Erni, fundador e CEO da Juice Technology.