Austrália: expansão de mina obriga à relocalização de vila inteira
O Governo de New South Wales, na Austrália, está a “pensar seriamente” em relocalizar uma vila inteira para expandir uma mina de carvão, de acordo com Guardian. Segundo a comissão de planeamento da região australiana, uma entidade independente, a extensão da mina da Rio Tinto deve ser aprovada – e isso significa o fim da vila de Bulga, onde vivem 350 pessoas.
O relatório da comissão admite que os residentes de Bulga deverão ser recompensados financeiramente pelas suas propriedades ou, caso prefiram, a comunidade poderá ser relocalizada para um outro local do país, para escapar ao barulho e pó da mina.
“Há relocalizações que já foram aprovadas para a construção de barragens”, explica o relatório”. “Qualquer decisão e planeamento associado deverá, claro, envolver os habitantes de Bulga”.
O relatório acredita que esta relocalização deve ser paga pelos contribuintes e pela Rio Tinto e admite que, nos cinco últimos anos de debate da expansão da mina, nunca foi encetada qualquer conversa com os moradores.
“[Relocalizar a mina] é uma perfeita estupidez”, explicou Paulo Harris, um antigo mineiro de 54 anos que vive em Bulga. “Esta vila é um subúrbio, não sei como poderemos relocalizar toda a gente”.
E continuou. “Vivi em Bulga toda a minha vida. Trabalhávamos com um pequeno equipamento e o barulho nunca foi um problema. Mas agora existe barulho e pó durante dias. Não posso sentar-me no meu jardim e apreciar uma cerveja por causa do barulho. E a quantidade de pó é inacreditável, nunca o consigo tirar da minha piscina”, concluiu.
Recorde-se que a cidade de Kiruna, na Suécia, vai deslocar-se três quilómetros para o lado para evitar a derrocada, devido à presença de uma mina de ferro.