Aveiro avança com recolha de biorresíduos em restaurantes e cantinas



A Câmara de Aveiro lançou ontem a recolha seletiva de biorresíduos em restaurantes e cantinas aderentes, a quem distribuiu contentores específicos.

O objetivo é reduzir as entregas indiferenciadas ao aterro, cuja capacidade deverá ficar esgotada nos próximos anos, perspetivando vir a universalizar a recolha seletiva de biorresíduos também junto dos particulares.

Para já o serviço é destinado ao canal HORECA (Hotéis, Restaurantes e Cafés) e envolveu a aquisição de uma viatura específica que, diariamente, entre terça-feira e domingo e das 05:00 às 11:00, vai percorrer três circuitos para fazer a recolha dos contentores, que quantificam o volume produzido.

O projeto, que envolveu um investimento de cerca de 400 mil euros, arrancou com uma centena de estabelecimentos aderentes, mas o objetivo é chegar aos 600, com a finalidade de retirar dos indiferenciados cerca de três mil toneladas de resíduos orgânicos, que serão transformados em composto para fins agrícolas.

“Quisemos começar pelos maiores produtores e é por essa razão que se inicia no centro, mas, depois de serem criadas rotinas, pretendemos alargar, sendo a adesão voluntária e contando que o exemplo seja seguido”, disse o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, na apresentação.

A razão para a Freguesia de São Jacinto ficar de fora “deve-se à falta de densidade populacional que o justifique”, estando para aí previsto um outro sistema, de distribuição porta a porta de compostores.

Ribau Esteves espera que o projeto contribua para a redução dos resíduos em aterro, cujos custos dispararam, já que a taxa de gestão de resíduos duplicou e houve um agravamento do tarifário da empresa ERSUC (Resíduos Sólidos do Centro), que gere a central de tratamento mecânico e biológico de Eirol/Mamodeiro.

O presidente da câmara adianta que esse aumento acaba por se repercutir no cidadão e avisa que no próximo ano a taxa de Resíduos Sólidos Urbanos no município vai ter um agravamento, ainda que compensado pela baixa do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), pelo que é decisivo que as pessoas produzam menos lixo.

Tanto mais que, segundo disse, o aterro existente não dará para muitos mais anos e que recebe resíduos de toda a região.

Aveiro produz anualmente cerca de 365 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos e não está disposta a continuar a servir de depósito para os outros municípios da região, segundo Ribau Esteves, que diz não ser uma atitude egoísta, na medida em que foi prolongado o prazo em Aveiro, e é chegada a vez de outros municípios receberem o aterro.





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