Azeite português terá eco-etiqueta já em 2013



Todo o azeite proveniente do sudoeste da Europa, que representa 47% da produção mundial, terá uma eco-etiqueta já a partir de 2013. Esta etiqueta ecológica garantirá o respeito pelas normas ambientais e terá a indicação da pegada de carbono utilizada no processo produtivo.

A eco-etiqueta está a ser desenvolvida pelo CVR (Centro para a Valorização de Resíduos) da Universidade do Minho, pela Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) e por quatro centros tecnológicos de França e Espanha.

Pode aceder ao site do consórcio, denominado Oilca, clicando aqui.

O Oilca pretende proporcionar às empresas uma ferramenta que permita avaliar, de um ponto de vista ambiental e económico, os processos produtivos e os impactos destes no ambiente. Esta ferramenta irá também identificar os melhores cenários sustentáveis e eco-eficientes.

“O OiLCA visa promover a competitividade do sector oleícola do sudoeste europeu e culminará na implementação de uma eco-etiqueta, indexada ao produto oleico, capaz de comunicar ao consumidor o esforço e contribuição do sector para proteger o meio ambiente e mitigar as alterações climatéricas”, explicou o português Jorge Araújo, do CVR.

Para além de análises à pegada carbónica, será verificado o ciclo de custos e o volume de resíduos produzidos por cada região.

As qualidades intrínsecas do azeite e o seu elaborado cultivo, extracção, refinação e embalagem conferem-lhe um custo quatro vezes superior aos óleos alimentares tradicionais, como o de girassol, obtido desde uma semente oleoginosa e não de um fruto.

Da azeitona é possível extrair 20% do seu peso em azeite, sendo o restante, chamado bagaço, uma mistura de caroço, polpa e azeite remanescente, resíduo que é quatro vezes maior do que o produto de interesse. O sudoeste europeu produz 7,25 milhões de toneladas de bagaço por ano.

O consumo de azeite aumentou na Europa mais de 50% nos últimos 20 anos, alcançando 1,85 milhões de toneladas em 2009. No mesmo período, Portugal mais do que duplicou a sua produção, de 26 mil para 68 mil toneladas, e em simultâneo reduziu para metade o total de lagares (de mil para 500). Isto deveu-se à tecnologia moderna e avançada.

Como o Green Savers revelou recentemente, Portugal já produz 72% do azeite que precisa e está a caminho da auto-suficiência, meio século depois. O próximo objectivo passa por ultrapassar as 100 mil toneladas de produção anual de azeite e reforçar o volume das exportações, sobretudo para o Brasil.





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