Bacalhau pode desaparecer nos próximos anos, indica novo estudo



De acordo com um novo estudo publicado no Journal of Applied Ecology, o aquecimento global está a causar um declínio nas populações de bacalhau.

O bacalhau é uma espécie que se desenvolver em água fria, sendo que o aquecimento global, que por inerência aumenta a temperatura dos oceanos poderá levar este tipo de peixe à extinção.

Um grupo de cientistas da University of Bristol e da University of Exter, em colaboração com o Center for Environment, Fisheries and Aquatic Science (Cefas), realizou esta investigação, baseada em modelos computacionais para prever como as populações de peixes podem mudar até 2090.

O estudo indica que o bacalhau pode não resistir às alterações climáticas, sendo que outras espécies mais resistentes às mudanças de temperatura podem tomar o seu lugar.
Em Portugal o bacalhau é muito apreciado, mas poderá em breve ter de ser trocado por outras espécies.

“Os nossos resultados mostram que as alterações climáticas continuarão a afetar o stock de peixe nesta região marítima no futuro, apresentando riscos potenciais, mas algumas oportunidades [proliferação de outras espécies] às quais os pescadores provavelmente terão de se adaptar. Os consumidores podem ajudar os pescadores a aproveitar essas oportunidades de pesca, procurando outras espécies de peixes para comer e desfrutar ”, disse a Dra. Katherine Maltby, cientista de alterações climáticas marinhas do Cefas e principal autora do estudo.

Estudos anteriores do Laboratório Marinho de Plymouth alertaram que as populações maiores de peixes do Mar do Norte podem cair até 60%. Esse declínio junta-se aos relatos de aquecimento do Mar do Norte a uma taxa do dobro da média dos oceanos mundiais. No ano passado, o Mar do Norte atingiu um novo recorde de aquecimento de 1,67 graus Celsius.

A redução dos impactos do aquecimento global sobre os peixes nessas águas exigirá novas técnicas de gestão de peixes. Como Louise Rutterford, co-autora do estudo Cefas e investigadora na Universidade de Exeter, explicou: “Nós sabemos, por meio do trabalho com pescadores, que espécies de águas mais quentes estão a aparecer mais nas capturas. Reunir as suas experiências ‘no local’ com estudos como o nosso ajudará a tomar futuras decisões que permitirão a exploração sustentável ao mesmo tempo que apoiam a adaptação dos pescadores.”





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