Bio Boards: pranchas de cortiça ecológicas que ganham vida num quintal de Gaia (com VÍDEO)



É no quintal da avó que as pranchas ganham forma, mas foi no Rio de Janeiro que nasceu o projecto da Bio Boards, há cerca de um ano e meio. Foi durante uma passagem pela cidade carioca, para fazer a tese de mestrado, que Ricardo Marques se deparou com um jovem a andar num prancha que parecia ser feita de cortiça. O objecto despertou-lhe a atenção e ao abordar o jovem percebeu que a prancha tinha apenas um revestimento em cortiça. Contudo, aquela prancha foi o suficiente para implantar a ideia na cabeça de Ricardo, ainda que inconscientemente.

Quando regressou a Portugal começou a contactar empresas para encontrar material e partiu para a construção das primeiras pranchas, inteiramente produzidas em cortiça. A oficina foi improvisada entre o quintal e o telheiro da avó e é lá que Ricardo continua a produzir as suas pranchas de skate e long board. “Foi o único sítio que arranjei que fosse menos dispendioso. Quando chove fico ali debaixo à beira das galinhas e enquanto não tiver outras condições é aqui que vou continuar”, conta o jovem de Vila Nova de Gaia ao Economia Verde.

Sendo natural de Gaia, Ricardo esteve sempre perto do mar e quando chegou a altura de escolher um curso optou por estudar Engenharia do Ambiente. Falta-lhe uma cadeira para concluir a formação superior, que entretanto interrompeu para se dedicar ao negócio.

É a partir de blocos de cortiça que nascem as suas pranchas. “São duas placas de cortiça e depois é aberto ao meio um canal onde leva uma longarina em mogno. Posteriormente são coladas e fica o bloco base. Depois é dada a forma consoante as especificações do cliente e pintada a gosto”, explica Ricardo. Com excepção do reforço que garante a resistência da prancha tudo o resto é cortiça.

O negócio começou com pranchas de skate e long board, mas Ricardo quer agora expandir-se para os modelos de surf. Os primeiros protótipos estão já a ser afinados e as primeiras encomendas já chegaram.

Hoje o projecto já é rentável mas Ricardo ambiciona mais. “Apoio não tive nenhum. Fui comprando as peças e experimentando. Posso dizer que quintupliquei o negócio em meio ano. De alguma forma terei que me financiar porque preciso de dar o passo seguinte e é certo que quero continuar”, afirma o jovem.

Entre o que ganhou conseguiu quase €1.000 que investiu em material e ferramentas. Actualmente, vende para vários pontos do país e até já conseguiu alguns clientes lá fora. Mas é pela região do Porto que é vendida a maioria das pranchas, feitas ao gosto de cada um. Entre as vendas online e as feiras da região, Ricardo consegue já um rendimento mensal e o objectivo é expandir ainda mais o negócio futuramente.

O Economia Verde foi conhecer melhor o projecto desde jovem e das suas pranchas biológicas. Veja o episódio 335 aqui.

Foto: Bio Boards





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