Biocombustíveis produzidos a partir de resíduos têm potencial por explorar em Portugal
Um estudo indica que a Europa – e Portugal – tem um potencial por explorar no que toca à produção de biocombustíveis a partir da conversão de resíduos de várias indústrias.
A conclusão é do estudo “Europe’s Untapped Resource”, elaborado pelo Internacional Council for Clean Transportation com a colaboração de várias organizações e empresas ligadas à tecnologia e ambiente. De acordo com o documento, os países europeus têm ainda margem para explorar a produção de combustíveis de segunda geração a partir da conversão de resíduos da agricultura, silvicultura e outras indústrias.
Segundo o documento, a conversão de resíduos agrícolas, florestais, urbanos e de algumas indústrias em biocombustíveis de segunda geração para o sector dos transportes poderia evitar a importação de 37 milhões de toneladas de petróleo por ano até 2030, o que equivale a 16% da procura de combustíveis rodoviários em 2030, refere a Quercus num comunicado sobre o estudo.
Apesar de já existirem recursos e tecnologias que possibilitam a conversão dos resíduos em combustíveis falta criar um quadro europeu que acelere o investimento nestes biocombustíveis. O estudo ressalva ainda que, para criar todo o potencial dos resíduos, a evolução tecnológica poderia ajudar à criação de pelo menos 300 mil empregos directos até 2030, principalmente na recolha e conversão de resíduos agrícolas e florestais.
Caso o potencial destes resíduos de biomassa fosse aproveitado, as economias rurais poderiam beneficiar de uma fonte adicional de receitas até €15 mil milhões (R$48,2 mil milhões).
Portugal é dos estados europeus com maiores vantagens nesta conversão – quer pela diversidade, quer pela disponibilidade de matérias-primas. Exemplos disso são o biogás, produzido a partir de resíduos urbanos, o biodiesel de óleos alimentares usados, o bioetanol de resíduos de biomassa como resultado de cortes de matas e florestas, resíduos agrícolas e culturas energéticas.
Foto: Justin Ruckman / Creative Commons