Brasil: 15% da energia é desperdiçada antes mesmo de chegar aos consumidores



Quinze em cada 100 quilowatts de energia produzida no Brasil perde-se entre a geração e o consumo, de acordo com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), que pertence ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Parte da explicação para esta percentagem elevada está no chamado “gato”, ou seja, o desvio de energia através de instalações irregulares, o que levou o CGEE a lançar um estudo – que estará concluído em Março – sobre a utilização de redes inteligentes (smart grids) para gerir a geração, transmissão, distribuição e consumo de energia eléctrica.

Com as smart grids, explica Ceres Cavalcanti, assessora do CGEE, a tecnologia pode informar em tempo real essas perdas energéticas – e preparar a suspensão do fornecimento. “Quando a energia se perde, seja lá por que motivo for, ligamos para a concessionária. Com as smart grids isso passa a ser automático, não precisamos de o fazer. [As concessionárias] conseguirão ter mais informação para pode prestar o melhor serviço ao seu mercado e aos seus clientes”, revelou Cavalcanti à revista Exame Brasil.

As redes inteligentes também permitem que o consumidores controlarem os seus gastos diariamente. Quando as tarifas bi-horárias e tri-horárias forem introduzidas no Brasil, estes medidores domésticos permitirão informar quanto está a ser gasto a cada momento do dia – e os respectivos preços. Isso possibilitará aos consumidores o controlo da sua eficiência energética.

“Hoje a informação do sistema eléctrico é direccional. Com as smart grids passa a ser bi-direccional. O consumidor passivo passa a ser activo e vai ter vários tipos de serviço”, concluiu a responsável.

Os consumidores brasileiros estão a consumir, em média, mais 5% de energia a cada ano que passa, um crescimento acima do PIB (Produto Interno Bruto).





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