Brasil: sim, há cada vez mais empregos verdes. E em todas as áreas. Mas faltam profissionais.
Há cada vez mais empregos verdes no mercado brasileiro e estão a espalhar-se por várias áreas, sectores e profissões. Advogados, jornalistas, publicitários e especialistas em sustentabilidade são os novos empregos verdes deste mercado, para além dos costumeiros cargos ligados à reciclagem, engenharia ambiental ou geologia.
Segundo os consultores ouvidos pelo jornal O Globo, há no Brasil uma escassez da mão-de-obra qualificada e especializada em ambiente. E, paralelamente, há cada vez mais pessoas a trabalhar, tanto no sector públicos como no privado, nesta área.
Ainda segundo a Associação Brasileira de Profissionais de Sustentabilidade (Abraps), 26% das empresas brasileiras querem contratar colaboradores ligados à área da sustentabilidade ainda em 2012.
Existem hoje três milhões de empregos verdes no Brasil, de acordo com Peter Poschen, director do departamento de Criação de Empregos e Empresas Sustentáveis da OIT (Organização Internacional de Trabalho). Entre 2006 e 2010, a oferta de empregos verdes cresceu 26,73%, enquanto as vagas cresceram 25,35%.
Numa altura em que o Brasil está a mudar a sua política ambiental, como é exemplo a estratégia para os resíduos sólidos — que determina a destinação correta ao lixo produzido, bem como estipula prazos para o término de lixões (2014), além de directrizes para futuras regulamentações – os empregos relacionados com a sustentabilidade estão a acompanhar esta evolução.
Paulo Poschen diz que é preciso perceber a procura e investir em formação. O responsável recorda que, há alguns anos, não existia mão-de-obra qualificada para trabalhar com o etanol: a capacidade técnica crescia mais que os recursos humanos. Hoje, este hiato diminuiu, mas continua a existir noutras áreas ligadas ao ambienta.
O sector de compostagem, por exemplo, ainda é pouco representativo na economia verde —apenas 5% dos resíduos orgânicos no Brasil são destinados a este processo —, mas tem um papel fundamental. A transformação de matéria orgânica em adubo ecologicamente correcto foi justamente o que levou o advogado Marcos Rangel, especialista em direito ambiental, a criar a VideVerde, empresa de compostagem, com fábricas em Magé e Resende. Hoje, a empresa emprego 20 pessoas.
São histórias destas que fazem crescer o apetite pelos empregos verdes, seja qual for a área ou especialização.