Cabo Verde quer continuar a ser “capital” de fórum sobre escassez de água na agricultura



O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, manifestou ontem a intenção de o país e a capital, Praia, continuarem a sediar o Fórum Internacional sobre Escassez de Água na Agricultura, que acontece no país pela segunda vez.

“Manifesto total engajamento de Cabo Verde e da cidade da Praia em continuar a sediar a WASAG e os próximos fóruns”, afirmou o chefe do Governo, na abertura do evento internacional que acontece pela segunda vez na capital do país, depois de 2019.

Para Correia e Silva, o fórum é considerado como um dos maiores e mais prestigiados eventos científicos a nível mundial, dedicado exclusivamente à escassez de água na agricultura e os seus efeitos, e constitui uma ferramenta importante de partilha e de conhecimento de tecnologias que ajudam os países na adoção de medidas adequadas para a gestão sustentável da água na agricultura.

“Já é um bom sinal o facto de sediarmos na Praia o segundo fórum da WASAG. Temos, de facto, esta intenção de a Praia continuar a ser a capital da WASAG, que é um fórum importante a nível mundial”, insistiu o primeiro-ministro, numa altura em que decorrem negociações neste sentido.

O presidente do fórum, Felix Reinders, lembrou que a cidade da Praia acolheu o primeiro evento e espera que possa vir a continuar a recebê-lo no futuro, especialmente para permitir às comunidades globais se deslocarem ao país para discutir este tema, que considera ser muito importante.

Durante a abertura do fórum, foi sublinhada a importância da liderança, da governação e da dotação de recursos para o setor, com o primeiro-ministro cabo-verdiano a admitir que a gestão eficiente dos recursos é importante.

Também notou que o tempo escasseia para todo o mundo, porque as mudanças climáticas são uma “realidade grave”, não só a nível da problemática da gestão da água, mas também de vários outros efeitos que está a provocar.

“Portanto, é preciso ação em tempo, para que o drama climático não piore e se torne depois irreversível. Depois é preciso financiamento, porque há compromissos que já estão assumidos a nível internacional, a nível do financiamento climático e ambiental, as respostas são muito mitigadas ainda, e é preciso respostas com força”, apelou.

Sob o lema “Tornar a agricultura resiliente às mudanças climáticas, escassez de água, uma oportunidade para ação e colaboração”, o II Fórum Internacional WASAG vai decorrer até sexta-feira, com mais de 2.200 participantes, incluindo os que estão a assistir online, de mais de 80 países.

O evento visa, entre outros, mobilizar compromissos políticos para acelerar as ações estratégicas, incluindo as políticas públicas e investimentos necessários para enfrentar a escassez de água na agricultura, formular mensagens assertivas sobre a escassez de água na agricultura nos principais eventos internacionais.

Também pretende proporcionar espaços de reflexões e contribuições para a avaliação a meio percurso do estágio de implementação dos Objetivos da Década Internacional para a Ação (2018–2028), na Conferência Mundial sobre a Água das Nações Unidas, em março de 2023, e discutir as formas de tornar mais efetiva e impactante as parcerias para a implementação da nova Estratégia de Ação do WASAG no período 2021–2024.

O Quadro Global sobre a Escassez de Água na Agricultura (WASAG, na sigla em inglês) foi criado em 2017 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e reúne mais de 60 parceiros, incluindo governos e organizações intergovernamentais, agências da ONU, instituições académicas e de pesquisa, e organizações da sociedade civil e do setor privado de todo o mundo.





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