Cabo Verde quer levar projeto de integração da biodiversidade no turismo a todas as ilhas
O primeiro-ministro cabo-verdiano destacou ontem os ganhos do projeto de integração da biodiversidade no turismo, que em cinco anos atuou em Santiago, Maio, Boa Vista e Sal, e quer a sua continuação para chegar a todas as ilhas.
“Este projeto deverá ter continuidade e abrangência para as outras ilhas. Está baseado num bom conceito, foi preciso criar um quadro legal, institucional e o modelo de gestão, e produziu resultados”, disse Ulisses Correia e Silva, no encerramento do Projeto Integração da Biodiversidade no Turismo em Sinergia com o Sistema Nacional de Áreas Protegidas (Projeto BIO-TUR).
Financiado pelo Fundo Global das Nações Unidas para o Ambiente, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Governo de Cabo Verde, num total de 6 milhões de dólares (5,5 milhões de euros), o projeto foi implementado durante os últimos cinco anos nas ilhas de Santiago, Maio, Boa Vista e Sal.
Mostrando a sua satisfação pelos resultados, o primeiro-ministro disse que com este projeto o país está a criar valor de oferta turística, para além de praia e sol, mas também com montanhas, vales e biodiversidade em todas as ilhas, num setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Tudo isso vai ao encontro dos objetivos do Governo de criar destinos que aproveitam e desenvolvem as potencialidades, humanas, culturais, naturais, patrimoniais de cada uma das ilhas para o ecoturismo e o turismo rural. É o casamento perfeito do valor económico com o valor ambiental em benefício das comunidades”, frisou.
Integrar a conservação da biodiversidade no planeamento e nas operações de turismo a nível nacional e expandir e fortalecer a zona costeira e marinha das Áreas Protegidas foram algumas das medidas implementadas pela iniciativa.
Ulisses Correia e Silva entendeu ainda que o BIO-TUR valorizou os recursos ambientais na criação de recursos económicos e pode integrar-se na cadeia de valor e produção agrícola, pecuária, produtos de pesca nas comunidades piscatórias, artesanato e entretenimento cultural.
“É preciso aumentar escala, para aumentar a produção de efeitos com impacto em oportunidades de empreendedorismo, criação de emprego, saída da pobreza, oferta de serviços que casam com a natureza, com o fator humano e com a cultura”, traçou.
Com o projeto, o Governo indicou que melhorou a representatividade e conectividade do Sistema Nacional de Áreas Protegidas (SNAP) em Cabo Verde e obteve “grandes ganhos” no domínio da conservação da biodiversidade.
“Mas o mais importante ainda é que haja o total engajamento das Câmaras Municipais para que seja um sucesso. Com o saneamento, limpeza e higiene. Só temos de reconhecer o excelente trabalho que foi feito com este projeto. Agora é multiplicar para obtermos bons resultados”, pediu o chefe do Governo.
Durante o período de implementação, o país elaborou os seus Planos de Ordenamento e Gestão (POG) e Planos de Ecoturismo & Negócios (PEN), para as diferentes áreas protegidas nas quatro ilhas-alvos.
O Projeto BIO-TUR foi implementado pelo Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), através da Direção Nacional do Ambiente (DNA), em coordenação com o Ministério do Turismo e Transportes.