Cães usam expressões faciais para revelar emoções
Uma nova investigação no Japão apurou que as emoções dos cães são reveladas a partir de movimentos faciais específicos, como levantar as sobrancelhas ou mexer as orelhas.
Usando câmaras de alta velocidade, os investigadores descobriram que quando os animais estavam com os donos tendiam a erguer as sobrancelhas cerca de meio segundo depois de os verem. Quando os animais foram colocados perante alguém que nunca tinham visto, moveram a orelha esquerda ligeiramente para trás.
Miho Nagasawa, do departamento de ciência animal da Azabu University, em Sagamihara, tenta explicar a diferença ente as orelhas e as sobrancelhas: “As orelhas dos cães são usadas para transmitir a expressão emocional, portanto, os nossos resultados sugerem que os cães foram mais cautelosos em relação às pessoas desconhecidas. Em contraste, o movimento das sobrancelhas pode indicar uma resposta visível do cão a tentar olhar o dono com mais atenção.”
Os investigadores colocaram 12 cães numa sala dividida com cortinas que se abriam por instantes para permitir aos animais vislumbrar o que estava do outro lado, enquanto as câmaras controlavam as suas expressões faciais.
Foram-lhes colocados autocolantes coloridos no focinho, captados pelas câmaras quando a sua expressão mudava. Quando a cortina se abria, surgia o dono, um estranho, um brinquedo ou um objecto do qual não gostavam.
A experiência revelou que os cães levantaram as sobrancelhas sempre que viram alguém, mas mais quando foi o dono – em especial a do lado esquerdo. Os investigadores acreditam, por isso, que as alterações em diferentes lados do focinho são um reflexo da actividade em zonas-chave do cérebro que controlam as emoções.
Outro motivo para a expressão pode ligar-se ao facto de o animal ter experimentado emoções discordantes – alegria por ver o dono, mas tristeza por não ser capaz de o alcançar.
No início deste ano, psicólogos nos Estados Unidos descobriram que os donos conseguem detectar as expressões dos seus cães de felicidade, tristeza, surpresa ou medo. Tudo isto sugere que os seres humanos desenvolveram uma empatia natural com os cães, depois de as duas espécies terem evoluído juntas durante milhares de anos.