Camada de ozono estará totalmente recuperada em 2070, preveem cientistas. Mas ainda há um caminho a percorrer



A concentração de substâncias destruidoras de ozono caiu 50% este ano, para níveis da década de 1980. Os cientistas apontam que há sinais de esperança de que a camada protetora da vida na Terra está a caminhar em direção à total recuperação.

No final do século XX, a atividade industrial lançou na atmosfera grandes quantidades de químicos que afetam as moléculas de ozono, o que resultou num grande ‘buraco’ sobre a Antártida. Cientes desse impacto ameaçador para manutenção da vida no planeta, os líderes de 197 países assinaram, em 1987, o Protocolo de Montreal, que, como explica o Programa Ambiental das Nações Unidas, “é um acordo ambiental multilateral fundamental que regula a produção e consumo de perto de 100 químicos artificiais”, que são conhecidos como substâncias destruidoras de ozono, e que estavam presente em aparelhos de ar condicionado, frigoríficos, produtos de limpeza industrial e sprays.

A agência norte-americana para os oceanos e para a atmosfera (NOAA) aponta a redução da concentração desses químicos na atmosfera, “um progresso lento, mas firme ao longo das últimas três décadas”, é um resultado direto dos mecanismos de controlo que derivam do Protocolo de Montreal.

“É um grande progresso”, salienta Stephen Montzka, um dos principais cientistas do Laboratório de Monitorização Global da NOAA, mas acrescenta que “a Ciência ainda está longe de poder afirmar que a degradação do ozono é algo do passado”.

Ainda assim, os especialistas acreditam que a redução das concentrações de químicos destruidores de ozono é “um passo significativo” no processo de recuperação do escudo da Terra.

Os especialistas explicam que “o ozono é uma molécula altamente reativa formada por três átomos de oxigénio” e que 90% de todo esse gás encontra-se na estratosfera, que é a camada da atmosfera que está mais próxima da superfície. Assim, a chamada ‘camada de ozono’ é a zona onde a concentração é mais elevada e é indispensável para proteger todas as formas de vida das radiações ultravioleta emitidas pelo Sol.

É importante notar que todas as primaveras se forma um ‘buraco’ na camada de ozono sobre a Antártida, mas as emissões de substâncias químicas têm impedido a formação de novas moléculas e travado a sua capacidade de regeneração. No entanto, as concentrações poluentes estão hoje 26% abaixo dos níveis registados nos anos 1990, pelo que, a manter-se a tendência de redução, “a recuperação da camada de ozono na Antártida prevê-se que aconteça algures em 2070”, estimam os cientistas da NOAA.





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