Central Solar de Cercal do Alentejo terá uma capacidade de 275 MW



A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) aprovou a versão revista do projeto da Central Solar de Cercal do Alentejo. A Aquila Clean Energy, empresa que vai implementar o projeto, tinha feito alterações no âmbito da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, mas condicionada, emitida no ano passado.

Com uma capacidade instalada estimada de 275 MW, esta irá fornecer energia limpa a 141 mil casas, através da produção de 596 GWh de energia, por ano. Assim, será evitada a emissão de 477 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, anualmente. Prevê-se que a exploração inicie em 2024.

Tendo em conta os requisitos da DIA, decidiu-se aumentar a distância mínima dos módulos solares em relação às casas existentes no local em pelo menos cinco vezes, para 250 metros. Em alguns casos, essa distância aumenta para 500 metros. Não será cortada nenhuma árvore para a instalação da central, vai ser criada uma cortina verde em torno da área do projeto e também no seu interior, com árvores e arbustos autóctones, que irá resultar num aumento de 6 mil árvores no local.

Os impactos específicos na biodiversidade e na qualidade do solo vão ser estudados em detalhe por uma equipa do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que já começou o trabalho de campo no local. Com base nos resultados, vai ser criado um plano de ação específico, com o objetivo de promover a biodiversidade e a qualidade dos solos, em linha com
as características naturais e ecológicas da região. A nova configuração vai permitir a coexistência entre atividades agrícolas, agentes polinizadores e pastoreio de ovinos na área do projeto.

A central solar vai contribuir para o crescimento e desenvolvimento da região, e terá um impacto económico positivo a vários níveis. As vantagens passam pela criação de emprego – direto e indireto -, a obtenção de bens e materiais locais, e ainda os impostos, como a derrama municipal e o IMI – Imposto Municipal Sobre Imóveis, que irá contribuir para as receitas do município de Santiago do Cacém.





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