Cérebro das libelinhas tem características parecidas ao dos humanos
Ao contrário dos seres humanos, as libelinhas não têm cérebros grandes. No entanto, eles são complexos e, em parte, semelhantes aos dos primatas. De acordo com um estudo publicado na semana passada no jornal Current Biology, as libelinhas podem ignorar informação visual não relevante, focandos-se, unicamente, no seu objectivo.
Esta característica era apenas vista, até agora, nos primatas. “Imaginem um tenista que tem de olhar para a bola, que viaja a 200 km/h, com uma multidão por trás. Precisamos de atenção selectiva para fazer regressar a bola ao outro lado”, explicou Steven Wiederman, da Universidade de Adelaide, na Austrália.
A libelinha tem esta capacidade, de responder a um estímulo específico entre dezenas de outras distracções.
Pouco se conhece sobre esta capacidade do cérebro se agarrar a um foco e ignorar todos os outros, por isso Wiederman e os seus colegas viraram-se para a visão dos insectos e, mais especificamente, das libelinhas.
“Quando a libelinha escolhe um alvo, a sua actividade cerebral filtra todas as outras presas potenciais. Depois de avançarem para a sua presa, as libelinhas acertam 97% das vezes”, confirmou o cientista.
Os investigadores conseguiram medir a actividade cerebral das libelinhas, mas não são eles os únicos beneficiados com o estudo. “O nosso trabalho é tão importante para os neurocientistas como para os engenheiros. Por exemplo, poderíamos usar um sistema destes para a visão robótica. O cérebro do insecto é simples e acessível, e trabalhos futuros pode permitir-nos compreender na totalidade a rede de neurónios e copiá-la para a inteligência dos robots”, concluiu David O’Carroll, outro dos investigadores.
Segundo o Huff Post Green, muitos insectos já inspiraram designs de máquinas e robôs. Será a libelinha o próximo?