Cidades europeias consideram limites da qualidade do ar da UE insuficientes
Os limites de qualidade do ar da União Europeia (UE) não são considerados “suficientes” por algumas das cidades europeias que pretendem reduzir os níveis de poluição abaixo dos valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
É o que demonstra o estudo do Instituto de Diagnóstico Ambiental e Estudos da Água (IDAEA-CSIC) e da Agência Europeia do Ambiente (EEA), que avaliou as medidas de melhoria da qualidade do ar desenvolvidas por dez cidades europeias em 2018 e sua evolução desde 2013.
Estes centros urbanos concordam que a principal fonte de emissões poluentes continua a ser o tráfego automóvel, embora alguns também identifiquem fontes emergentes como o tráfego marítimo e fluvial relacionado com o turismo, construção ou combustão de biomassa, indicou o investigador do IDAEA-CSIC, Mar Viana.
Esta investigação revela ainda que tem havido um aumento na conscientização sobre “a necessidade de melhorar a qualidade do ar nas cidades”, embora os avanços e estratégias para atingir esse objetivo sejam diferentes em cada uma delas “em consequência da suas tipologias e das suas características socioeconómicas e culturais.”
É certo que muitas das cidades estão a promover medidas para restringir a circulação de veículos a diesel, promovendo a utilização de eléctricos, assim como de transportes públicos.
Segundo Mar Viana, ainda são muitos os desafios a serem ultrapassados, tais como a “a necessidade de uma melhor coordenação entre as administrações municipais, regionais, estaduais e europeias e entre as políticas de qualidade do ar, saúde e alterações climáticas para promover os co-benefícios.”
O estudo conclui que é essencial conceber abordagens integratadas que envolvam activamente “administrações e cidadãos”, incentivem “a procura de co-benefícios” e incidam “em fontes específicas de poluição”.