Cientistas criam simulador que consegue prever o destino de todas as formas de vida da Terra



A climatologia e a meteorologia são dois campos da ciência que foram revolucionados pelas simulações computacionais, que conseguem prever as alterações nos terrenos, oceanos e atmosfera.

Agora, os investigadores esperam utilizar o mesmo tipo de modelos computacionais para simular ecossistemas inteiros em qualquer parte do mundo. Para tal, investigadores da Microsoft e das Nações Unidas estão a trabalhar para criar um modelo que consiga fornecer dados para a melhor compreensão do funcionamento dos frágeis ecossistemas terrestres e a forma como interagem.

O modelo que está a ser desenvolvido há dois anos, chamado modelo Madingley, permite simular o crescimento, movimentos migratórios e a vida dos seres que habitam o planeta bem como das suas cadeias alimentares. Os investigadores esperam que, no futuro, o simulador lhes permita alcançar o que é conhecido por “General Ecosystem Models” (Gems) (Modelos Gerais de Ecossistema), que englobem todas as estruturas e funcionamento de qualquer ecossistema do planeta.

Aplicados, por exemplo, às savanas africanas, os Gems podem ser utilizados para modelar a biomassa total de todas as plantas, dos ruminantes que se alimentam delas e dos carnívoros que se alimentam dos herbívoros. Isto permite mapear os fluxos de energia e nutrientes através da cadeia alimentar ao longo do tempo.

Utilizando o Madingley, os ecologistas vão poder estudar a forma como estes fluxos se podem alterar em resposta, por exemplo, às alterações climáticas ou à caça intensiva. “Há cinco anos, as pessoas diziam que era impossível construir um modelo de ecossistema global porque havia demasiadas complexidades e incertezas”, aponta Stephen Emmott, director do laboratório de Cambridge que está a desenvolver o modelo computacional. “Mas agora conseguimos concretizá-lo e falta pouco para que publiquemos artigos que espelhem os nossos resultados”, acrescenta.

Modelar cada organismo vivo dentro de um ecossistema é impossível, uma vez que exigiria uma grande capacidade computacional. Contudo, os investigadores dizem que é possível obter resultados válidos aplicando as regras de comportamento dos animais em grupo.  A versão actual do Madingley é apenas um protótipo, concebido para encorajar a comunidade científica a envolver-se no projecto.

Foto:  valentinastorti / Creative Commons





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