Cientistas da Universidade de Coimbra descobrem microplásticos na Antártida
Uma equipa de cientistas do MARE – Centro de Ciências Marinhas e Ambientais da Universidade de Coimbra, e da Universidade NOVA de Lisboa, descobriu a presença de microplásticos na Antártida e no Mar de Scotia.
No estudo, publicado na revista científica Science, foram utilizadas amostras de fezes de pinguins de três espécies: pinguim-de-adélia (Pygoscelis adeliae), pinguim-gentoo (Pygoscelis papua) e pinguim-de-barbicha (Pygoscelis antarcticus). As amostras foram recolhidas entre os anos de 2006 e 2016.
Os resultados demonstram que de todas as partículas extraídas, 35% correspondia a microplásticos, sendo a maior parte polietileno e uma pequena parte poliéster. Foram encontrados 29% nos pinguins gentoo, 28% nos pinguins de barbicha e 15% nos pinguins de adélia.
Além do plástico, foram também encontradas 55% de partículas de fibras de celulose.
De acordo com os especialistas, não existe uma ocorrência significativa das partículas em nenhuma nas colónias de pinguins, o que indica que sendo a sua presença semelhante, não existe uma fonte de poluição concreta.
“Este estudo revela a presença de microplásticos na Antártida, em três espécies de pinguins, e oferece evidências de outras partículas antropogênicas em grande número. São necessárias mais investigações para entender melhor a dinâmica espaço-temporal, o destino e o efeito dos microplásticos nestes ecossistemas e para melhorar as políticas de poluição do plástico na Antártida”, afirmam os autores.