Cientistas polares definem novas áreas de intervenção urgente na Antárctida
É urgente identificar quais os principais processos físicos que afectam o Oceano Antárctico – aumento da temperatura, acidificação, degelo –, investigar a estrutura e funcionamento da cadeia alimentar marinha, nomeadamente a necessidade de obter informação básica de grupos de animais, bem como desenvolver tecnologias e métodos amigos do ambiente, como, por exemplo, programas de monitorização internacionais e de longa duração e submarinos autónomos que cheguem a áreas ainda por explorar debaixo do gelo.
O alerta é do Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR), que reuniu 75 cientistas e decisores políticos de 22 países, entre os quais José Xavier, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
No artigo publicado no jornal científico Frontiers in Marine Science, os especialistas defendem ainda a necessidade de direccionar resultados científicos para desenvolvimentos de políticas para a gestão e protecção do meio ambiente marinho e estabelecer esforços para um melhor conhecimento sobre a região Antárctida através de iniciativas educacionais.
Este grupo de cientistas centrou-se em estudar os grandes problemas que afetam a Antárctida, uma das regiões do Planeta que tem mostrado sinais de mudanças ambientais muito rápidas e profundas. Partindo inúmeras de questões e problemáticas, os cientistas e decisores políticos têm vindo a definir áreas prioritárias de intervenção no continente gelado, que já produziram dois artigos científicos anteriores, na Nature (Kennicutt II et al. 2014) e Antarctic Science (Kennicutt II et al. 2015).
O cientista polar da UC, José Xavier, diz que este Comité Científico ainda tem muito trabalho pela frente porque “muitas questões científicas importantes continuam por responder, tais como, por exemplo, quais as espécies que nos podem levar a compreender o funcionamento do Oceano Antárctico e que espécies poderão extinguir-se no futuro próximo”.