Cientistas portugueses e ingleses provam que brontossauro existiu (com FOTOS)
Desde 1903 que vários cientistas têm afirmado que o lendário brontossauro não existiu e que, na verdade, esta espécie deveria ser classificada como apatossauro. No entanto, uma investigação conduzida por cientistas portugueses e ingleses, publicada no jornal PeerJ, calculou as diferenças entre as famílias dos diplodocídeos e concluiu que o brontossauro tinha um pescoço mais estreito uma estrutura óssea ligeiramente diferente.
Os cientistas olharam para 477 características anatómicas de 81 dinossauros de museus europeus e norte-americanos e, em veze de desenvolverem o tradicional método de ver o quão similar é uma espécie da outra, utilizaram um protocolo baseado em amostras.
Isto levou-os a analisar cada indivíduo, apesar da sua espécie, e permitiu-lhe perceber as diferenças entre cada espécie. Os cientistas seguiram os conhecimentos já compilados por outros paleontólogos, mas os fósseis que foram, originalmente, chamado de brontossauros apareceram de forma independente, e não como fazendo parte da espécie apatossauro.
A maioria das diferenças revelaram-se em pequenas características anatómicas, mas o facto de o apatossauro ter um pescoço mais grosso que o brontossauro foi imediatamente percebido. Assim, num estudo de quase 300 páginas, os investigadores afirmam que as diferenças são suficientes para que o brontossauro mereça o seu próprio nome.
“A nossa pesquisa nunca teria sido possível, a este nível de detalho, há 15 ou mais anos”, explicou Emanuel Tschopp, da Universidade Nova de Lisboa. “Na verdade, até há pouco tempo a ideia de que o brontossauro era igual ao apatossauro fazia sentido, com base no conhecimento de então”.
Os cientistas acreditam que as três espécies conhecidas de brontossauros existem todas: o excelsus, que foi o primeiro a ser descoberto, o parvus e o yahnahpin, avança o Daily Mail.
A complexa história do brontossauro começou no século XIX, devido a uma competição entre os paleontólogos Edward Cope e Othniel Marsh. Em 1877, este último descobriu os ossos de uma espécie a que chamou de apatosaurus ajax. Dois anos depois, descobriu outro dinossauro gigante, chamado brontosaurus excelsus.
No entanto, no início do século XX, outros pesquisadores decidiram que os dois dinossauros partilhavam o mesmo género. Mais tarde, todos os principais paleontólogos concordaram em “matar” o brontossauro.
Nos anos 70, outros investigadores demonstraram que o apatossauro/brontossauro não era da família do Camarasaurus mas sim dos diplodocídeos, outro dinossauro da mesma era.
Os diplodocídeos tinham um crânio delgado, parecido com o de um cavalo. Foi aí que começou o mito de que o brontossauro não passava de um apatossauro com uma cabeça diferente.
“Tentámos ser o mais objectivos possível quando tomámos esta decisão”, explicou Tschopp. “É um exemplo clássico de como funciona a ciência”, continuou Octávio Mateus, outro dos colaboradores da pesquisa. “Quando as hipóteses são baseadas em fósseis fragmentários, é possível que novas descobertas ponham em causa anos de pesquisas”.
Agora, o dinossauro pode voltar à cultura popular – é um dos dinossauros mais reconhecidos e retratados do mundo – sem que a verdade científica esteja em causa.
BRONTOSSAURO VS APATOSSAURO
Brontossauro
Viveu há 150 milhões de anos
Oeste americano
Herbívoro
Pesava 30,5 toneladas
Apatossauro
Viveu há 150 milhões de anos
Oeste americano
Herbívoro
Pesava 41,3 toneladas
Fotos: DonkeyHotey / davidd / Counse / Jason Eppink / 16:9clue / EDrost88 / Davide Costanzo / Eden, Janine and Jim / Creative Commons
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