Comissão Europeia alerta para necessidade de esforços ambientais em tempo de Covid-19



A Comissão Europeia salientou hoje que a pandemia de covid-19 veio mostrar, “mais do que nunca”, a necessidade de reforçar os esforços sociais e ambientais ao nível da União Europeia (UE), garantindo estar comprometida com as metas ‘verdes’.

“Estamos a viver tempos difíceis e esta crise mostrou-nos, mais do que nunca, a interdependência na UE e a necessidade de fazermos esforços sociais e ambientais”, declarou o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, em conferência de imprensa em Bruxelas.

Falando na apresentação de um relatório do serviço estatístico da UE, o Eurostat, relativamente ao acompanhamento dos progressos realizados no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados pelas Nações Unidas até 2030, Paolo Gentiloni sublinhou que Bruxelas está “totalmente comprometida em implementar, na totalidade”, estas metas.

“Já conseguimos algumas melhorias, mas há mais trabalho a fazer”, reconheceu o responsável, a propósito do relatório que apresenta dados sobre a evolução de cada um dos 17 ODS na UE.

Com a sustentabilidade como uma das prioridades deste executivo comunitário, liderado por Ursula von der Leyen, as políticas da Comissão – como a transição para uma economia neutra do ponto de vista climático e eficiente em termos de recursos – estão relacionadas com estas metas das Nações Unidas.

Também por isso, e a partir deste ano, os progressos realizados pelos Estados-membros em matéria de ODS são integrados no Semestre Europeu, com uma avaliação sumária e um capítulo sobre a tendência registada em cada país.

Em termos globais, o relatório hoje apresentado confirma que a UE realizou progressos no sentido de atingir alguns dos ODS nos últimos cinco anos, mas falhou em alguns.

“Ao combatermos as repercussões dramáticas da pandemia, não devemos perder de vista desafios globais como as alterações climáticas, a perda de biodiversidade e a crescente desigualdade social e económica”, adiantou Paolo Gentiloni.

Os dados do Eurostat referem, então, que “a UE progrediu em quase todos eles ao longo dos últimos cinco anos”, mas admite que “os progressos em relação a alguns objetivos têm sido mais rápidos do que em relação a outros”, ou que noutros casos não houve qualquer melhoria.

Em concreto, neste período, a UE realizou “grandes progressos” no que toca ao objetivo para “Paz, justiça e instituições fortes”, tendo sido também “visíveis bons progressos, embora consideravelmente mais lentos”, no caso da meta “Sem pobreza” e da “Boa saúde e bem-estar”, seguidas da “Fome zero” e da “Trabalho digno e crescimento económico”.

Por sua vez, foram registados “progressos globalmente moderados ao longo dos últimos cinco anos” em áreas como as “Cidades e comunidades sustentáveis”, a “Educação de qualidade”, a “Parceria para os objetivos”, o “Consumo e produção responsáveis”, a “Energia acessível e limpa”, a “Redução das desigualdades”,a “Vida na terra” e ainda na “Indústria, inovação e infraestruturas”.

Porém, de acordo com o Eurostat, “a UE afastou-se de alguns dos objetivos de desenvolvimento sustentável”, já que no parâmetro de “Ação e clima”, por exemplo, “não se registaram progressos nos últimos cinco anos”, tendo sido registado também “um distanciamento” na questão da “Igualdade entre homens e mulheres”.

O Eurostat informa, ainda, que no caso dos objetivos para “Água limpa e saneamento” e sobre “Vida abaixo da água” as tendências globais não podem ser calculadas devido à “insuficiência de dados” nos últimos cinco anos.





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