Como o Homem mudou a maneira de correr dos cavalos



Já pensou como é que os cavalos se tornaram tão cruciais para a civilização humana? Na realidade, foi a espécie humana que potenciou essa importância, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Animal Genetics.

Segundo o Dodo, o investigador Lars Andersson e a sua equipa descobriram que um gene – conhecido como “guardião da marcha” – é responsável por controlar o andar do cavalo, que compreende vários tipos de locomoção, nomeadamente a marcha, o trote e o galope. Depois da descoberta do gene, o investigador verificou que algumas raças de cavalo tinham um tipo de andar adicional – a marcha lenta – que confere uma deslocação suave que é desejável para os humanos.

“Este tipo de andar é suave porque o cavalo mantém sempre uma pata no chão e nunca tem a elevação quando galopa ou troteia”, explica Andersson. “Quando o cavalo executa movimentos em que não está em contacto com o solo, o cavaleiro necessita de mais experiencia a montar porque necessitam de acompanhar o cavalo no movimento vertical”, acrescenta.

Esta mutação, que permite ao cavalo este tipo de locomoção mais confortável para o humano, afecta a maneira como os neurónios estão configurados na medula espinal dos cavalos. Por outro lado, os cavalos que possuem esta mutação contraem os membros de maneira diferente dos cavalos que não têm a mutação. “Pense como os humanos de movem. Se for caminhar consegue observar como move os braços em harmonia com o movimento das pernas, porque a espinal medula indica a maneira de se movimentar de forma a ter um andar contrabalançado. A mesma coisa acontece com os cavalos e permite-lhes movimentarem-se com diferentes passadas”, indica o cientista.

Andersson e a sua equipa estudaram uma amostra de quatro mil cavalos espalhados por todo o mundo e concluíram que a maior parte dos animais possuía a mutação genética que lhes conferia o andar mais suave. O investigador suspeita que tal se deva à selecção positiva dos humanos deste traço ao longo dos séculos, uma vez que repararam na utilidade de uma locomoção mais suave, tanto para transporte como para uso militar.

Desta forma, os humanos potenciaram a reprodução dos cavalos com esta mutação, que foi passando de geração em geração. “Encontrámos este traço genético em cavalos no Japão, onde os samurais preferiam uma deslocação mais suave devido às armaduras pesadas que envergavam. Os humanos espalharam a mutação pela Ásia e depois pela Europa e mais tarde os descobridores trouxeram a mutação para a América Latina e do Norte”, revela Andersson.





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