Conferência Automonitor “A Mobilidade e a Sustentabilidade”: as grandes alterações no paradigma das empresas
A III Conferência Automonitor realizou-se esta manhã, no Museu do Oriente, em Lisboa, e foi transmitida em live streaming.
Na Mesa Redonda foi discutido o tema “A Mobilidade e a Sustentabilidade – O que mudou?”, entre os convidados Mário Seborro, Diretor de Clientes Top Corporate da Altice Empresas, Nuno Serra, Diretor de Marketing da Volkswagen, e Rui Vieira, Electric Mobility Manager da Galp Energia, tendo como moderador Ricardo Florêncio.
A pandemia da Covid-19 veio gerar uma grandes alterações no paradigma das empresas. As três principais mudanças ressaltadas pelos empresários foram, a mudança para o teletrabalho, o crescimento do comércio eletrónico e a necessidade das empresas se adaptarem ao mesmo, e a aceleração das estratégias de mobilidade sustentável.
Outro aspeto destacado no debate, foi o reforço das ligações e parcerias entre empresas, municípios, e o papel fundamental dos stakeholders. Existe cada vez mais a necessidade de trabalharem em conjunto com o mesmo propósito, tendo como foco a sustentabilidade ambiental.
Os representantes das três empresas afirmam que este período não veio alterar as suas estratégias em prol da sustentabilidade, mas sim acerara-los.
Nuno Serra explica que a estratégia da Volkswagen no âmbito da mobilidade elétrica se reforçou, compreendendo já o seu compromisso com o Acordo de Paris, em tornar neutra em carbono a sua frota de veículos em 2050. Nesta época “a mobilidade individual ganhou peso”, e a “procura de carros usados e de motociclos disparou”, admite, pelo que a necessidade de investir no mercado elétrico é cada vez mais importante, exemplo disso é “o lançamento do veículo ID3”. Apesar da empresa vender automóveis, “procura também promover a mobilidade intermodal”, afirma.
Rui Vieira, conta que a Galp manteve a sua estratégia, na qual 40% do investimento que a empresa faz anualmente é direcionado para projetos de baixa intensidade de carbono e renováveis. Revela ainda que este ano fizeram um maior investimento na área solar, tornando-se assim o maior operador solar na Península Ibérica.
Mário Seborro, da Altice Empresas, diz que se deu uma grande pressão nas telecomunicações e que surgiram “novos processos de negócio”, nos quais a tecnologia é uma grande ajuda. “A conectividade e a tecnologia estão presentes em tudo”, explica. Contudo, do seu ponto de vista, as empresas portuguesas “estão apetentes para esta mudança”, pelo que em 2021 se comprometem a “intensificar a estratégia de apoio ao tecido empresarial português”, a “perceber os desafios e os problemas” e a “atuar em colaboração com os clientes”. Têm também como objetivo lançar o 5g no mercado, uma solução que “vai baixar os consumos energéticos dos devices drasticamente em 90%”.
Relativamente à Volkswagen, Nuno Serra, admite que em 2021 “esperam recuperar o ritmo de implementação da estratégia de mobilidade sustentável que têm vindo a seguir” e ainda lançar “mais 2 soluções na base do 100% elétrico”.
A Galp Energia, por sua vez, pretende “acompanhar a mobilidade sustentável” fazendo “crescer a rede de pontos de carregamento” em mais de 1000 pontos, afirma Rui Vieira.
Quando questionado sobre os obstáculos presentes nesta época, o mesmo refere que “a implementação de um ponto de carregamento é um processo complexo e demoroso”, pelo que nem sempre é possível corresponder às necessidades dos consumidores com efeito imediato. O Manager da Galp aponta ainda que “o enquadramento regulatório tem de ser clarificado” e que “os incentivos deviam estar direcionados para sítios onde o mercado não existe”, como é o caso das regiões no interior do país.