Contaminação do Ilhéu de Vila Franca do Campo tem origem humana e animal
As análises às amostras de águas marinhas recolhidas, em julho, no Ilhéu de Vila Franca do Campo, em São Miguel, revelam que as bactérias fecais detetadas são de origem humana e animal, revelou hoje o Governo dos Açores.
De acordo com a nota do executivo açoriano, “a Direção Regional dos Assuntos do Mar recebeu hoje o resultado das análises efetuadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge às amostras de águas marinhas recolhidas, em 27 de julho, dentro do Ilhéu de Vila Franca do Campo e nas suas imediações, que revelam que as bactérias fecais (Escherichia coli e Enterococcus intestinais) encontradas são de origem humana e animal”.
Os banhos no ilhéu estiveram já por diversas vezes impedidos neste verão devido à contaminação das águas.
Segundo a nota, foram recolhidas amostras em quatro pontos distintos e as análises mostram que, “em 27 de julho, não havia contaminação fecal de origem humana na lagoa do ilhéu, sendo que as bactérias em presença provinham exclusivamente de fezes de gaivotas”.
No entanto, “a 20 metros da entrada da abertura da lagoa, já se registou a presença de bactérias fecais de origem animal, mas também humana, sendo que nos pontos a 50 e a 200 metros daquele local, as bactérias eram de origem exclusivamente de origem humana”, adianta.
À data em análise, “a concentração de bactérias fecais dentro da lagoa era relativamente baixa, não excedendo os valores de referência que permitem o uso balnear daquela água”.
“A variabilidade destes valores deverá relacionar-se, de alguma forma, com as condições hidrológicas e climatéricas que determinam as trocas de água entre o interior do ilhéu e o mar envolvente”, prossegue o documento.
Citado na nota de imprensa, o diretor regional dos Assuntos do Mar, Filipe Porteiro, afirmou que “é importante que todas as entidades relevantes cooperem entre si para identificar e controlar eventuais focos de contaminação, que, como ficou provado, terão origem diversa”.
As águas dentro e fora do Ilhéu de Vila Franca do Campo vão continuar a ser monitorizadas por esta direção regional “até as condições sanitárias estarem regularizadas”.
O ilhéu é considerado uma das principais atrações turísticas da ilha de São Miguel.