COP26: António Guterres “As sirenes fazem-se ouvir. O novo planeta está a falar connosco e a dizer-nos algo”



António Guterres, Secretário-geral da ONU, deixou algumas declarações no primeiro dia Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas de 2021 (COP26), alertando para o problema que o planeta está a viver, e para a necessidade de ação por parte do mundo inteiro.

Em Glasgow, o Secretário-geral começou por dizer que os anos que passaram desde a assinatura do Acordo de Paris, foram os mais quentes de que alguma vez houve registo. “Está na hora de dizer chega. Chega de brutalizar a biodiversidade, chega de nos matarmos com o carbono, chega de tratar a natureza como uma casa de banho, chega de queimar, perfurar e minerar cada vez mais fundo. Estamos a cavar as nossas próprias sepulturas. O nosso planeta está a mudar diante dos nossos olhos – das profundezas do oceano ao topo das montanhas; desde o derretimento dos glaciares até aos implacáveis eventos climáticos extremos”, alerta.

Exemplo disso é o aquecimento dos oceanos, o aumento do nível do mar e a desflorestação na Floresta tropical da Amazónia. António Guterres aponta de que a ideia de que se está no caminho certo para a mudança “é uma ilusão”, e caso tudo se mantenha da mesma forma, o aumento da temperatura chegará a 2,7 graus. Mesmo que os mais recentes compromissos das nações fossem claros e confiáveis, o caminho que percorremos está “a levar-nos a uma catástrofe climática”, garante.

Para o líder, a solução está no investimento de uma economia de zero carbono. “Precisamos da ambição máxima, de todos os países em todas as frentes, para fazer de Glasgow um sucesso”. “Exorto os países desenvolvidos e as economias emergentes a construir alianças para criar as condições financeiras e tecnológicas para acelerar a descarbonização da economia, bem como a eliminação do carvão”, apela António Guterres.

Nesse âmbito, o secretário-geral revela que vai criar um Grupo de Especialistas para analisar e medir os compromissos líquido zero dos atores não estatais. Alerta ainda para a necessidade de protegermos as comunidades mais vulneráveis do impacto das alterações climáticas, e defende que o COP26 deve ser “um momento de solidariedade”, na medida em que o financiamento de 100 mil milhões de dólares anuais para os países em desenvolvimento se deve tornar real devido à sua urgência.

“As sirenes fazem-se ouvir. O novo planeta está a falar connosco e a dizer-nos algo. E o mesmo acontece com as pessoas em todos os lugares. A ação climática está no topo da lista de preocupações das pessoas, em todos os países, idade e géneros. Devemos ouvir – e devemos agir – e devemos escolher sabiamente”, adverte António Guterres, apelando a que todos escolhamos “salvaguardar o nosso futuro e a salvar a humanidade”.





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